CHAPADA DIAMANTINA
Pioneirismo: sítios impulsionam turismo com produção inovadora de frutas vermelhas
Terceira matéria da série de reportagens do portal A TARDE imerge no universo da produção de mirtilos, morangos, amoras e framboesas

A Chapada Diamantina continua se consolidando como um polo de turismo rural especializado, com a ascensão da produção de frutas vermelhas e ervas finas. Dois empreendimentos, os sítios Frutas Vermelhas e o Galera, na região, se destacam como pioneiros e estão inseridos em rotas especiais que aliam o cultivo de excelência à experiência sensorial do visitante.
Prosseguindo com a série de reportagens das Rotas Especiais da Chapada, do portal A TARDE, mostra como a agricultura familiar ainda é um segmento fundamental para o desenvolvimento de uma comunidade.
O agricultor Uvilson Oliveira, dono do Sítio Frutas Vermelhas, carrega o título de ser o pioneiro do Nordeste na criação e cultivo de frutas como mirtilo, amora, morango e framboesa em agricultura familiar. Para ele, essa condição é motivo de orgulho e um diferencial de portfólio.

"Eu me sinto bem lisonjeado de ser o pioneiro de frutas vermelhas no Nordeste, principalmente de amora, framboesa, mirtilo, em pequena propriedade, de agricultura familiar", afirmou Uvilson.
Vantagem geográfica e produção inédita
O grande segredo por trás do sucesso da produção, segundo Uvilson, está na localização geográfica privilegiada da Chapada Diamantina. "Nós estamos a 1.050m de altitude, isso permite a gente produzir essas frutas a qualquer época do ano", explica o agricultor. Essa característica é a grande vantagem econômica, permitindo ofertar a fruta no período "antagônico" – fora da safra tradicional – o que gera um retorno mais interessante para o produtor.

Uvilson, que toca o sítio junto com a esposa, desenvolveu ainda técnicas próprias de cultivo. Uma delas é a façanha de produzir a amora preta o ano todo, colhendo mais de uma vez na mesma planta. O Sítio Frutas Vermelhas cultiva três variedades de mirtilo (Ju, Emerald e Biloxi), todas adaptadas para climas de "zero frio", o que garante o escalonamento da produção. O local é aberto à visitação, mediante agendamento prévio.

Sítio Galera: experiência sensorial e vendas de mudas
Seguindo a mesma rota de inovação, o Sítio Galera, fundado entre 2015 e 2016 e batizado com o sobrenome do proprietário, Jair Galera, também aposta no turismo como vetor de crescimento. Além de cultivar morango, amora, framboesa, pitaya e mirtilo, o sítio agregou a produção de ervas finas e temperos em estufa para enriquecer a visitação, que permite a prova de frutas e ervas durante o passeio.

Jair Galera explica que o foco no turismo é uma resposta à sazonalidade natural das frutas. "A gente sempre fala muito sobre planta, não é a época que a gente quer, elas têm a época delas de produção", pontua. Para garantir que o passeio valha a pena mesmo na ausência de frutas, o sítio desenvolveu uma atração sensorial com ervas e chás.

"A gente tá trabalhando com uma estufa, com chás, ervas, temperos, para estimular essa parte sensorial. Para valer o passeio para o turista sair satisfeito, mesmo com pouca fruta", detalha Galera.
O Sítio Galera cobra uma taxa de visitação (R$30 por pessoa) que inclui visita guiada, degustação da fruta da época e mais uma degustação final. O período de maior movimento é o São João. O local também vende mudas de morango e de qualquer erva de interesse por R$20 cada, incentivando os visitantes a levarem um pedaço da Chapada para casa.

O sucesso de ambos os sítios demonstra o potencial do agronegócio aliado ao turismo na Bahia, criando um novo atrativo de interesse geral, junto com as Rotas Especiais. Na conclusão desta série de reportagens, a equipe de reportagem do portal A TARDE mostra todos os lados da produção de vinhos, através das famosas vinícolas em Morro do Chapéu e Mucugê.
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