BAHIA
Presidente da Abrema defende solução viável para encerrar lixões na Bahia
Reunião discutiu a universalização da destinação correta de resíduos sólidos no estado
Por Vinicius Portugal

A reunião interinstitucional realizada em Feira de Santana, nesta terça-feira, 15, sobre o encerramento dos lixões na Bahia, foi considerada um marco por representantes de entidades públicas e privadas.
Para o presidente da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), Pedro Maranhão, o encontro é o “primeiro passo” rumo à universalização da destinação correta de resíduos sólidos no estado.
“Essa reunião aqui de Feira de Santana vai entrar para a história, porque daqui é uma semente, é o primeiro passo na caminhada da universalização do resíduo sólido na Bahia”, afirmou Pedro.
A Abrema participou do evento como apoio institucional ao lado do Ministério Público da Bahia, Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), União dos Municípios da Bahia (UPB) e o Consórcio Portal do Sertão.
Aterros prontos, prefeitos convocados
Pedro Maranhão ressaltou que algumas regiões da Bahia já estão preparadas para encerrar imediatamente os lixões, citando cidades como Feira de Santana, Ilhéus, Porto Seguro, Barreiras e Santo Antônio de Jesus, todas com aterros licenciados já em funcionamento.
“Nós temos estruturas prontas. O passo que foi dado aqui foi reunir os prefeitos daquelas regiões para que passem a dar uma destinação ambientalmente correta ao seu resíduo. A Abrema fica muito contente em estar participando disso”, disse o presidente.
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A partir da reunião, segundo Maranhão, um novo encontro já está agendado com o Ministério Público, o TCM e o consórcio Portal do Sertão para ajustes de custo e mapeamento dos lixões ainda em operação.
“Vamos verificar onde tem lixão, onde tem catador, e como se dará o encerramento. Em muitas cidades, basta o prefeito parar de jogar o lixo ali e cercar. A própria natureza resolve o resto”, explicou.
"Show de Safadão custa mais que o fim de um lixão"
Um dos pontos centrais da fala de Pedro Maranhão foi o custo da destinação correta dos resíduos. Ele afirmou que, apesar das constantes alegações dos gestores sobre falta de recursos, a contratação de aterros regionalizados tem custo acessível.
“Aqui foi demonstrado que o custo não é alto, como muitos prefeitos alegam. Mostramos uma tabela aberta com os valores. Às vezes o prefeito se esconde atrás do argumento do custo para não cumprir a lei. Mas, como foi dito aqui, um show do Wesley Safadão custa mais do que dois ou três anos de pagamento pela destinação correta dos resíduos. É uma questão de escolha e prioridade”, disparou.
Segundo dados apresentados pela própria Abrema, cerca de 170 municípios baianos já poderiam deixar de usar lixões e passar a utilizar aterros regionais. A entidade defende que, ao redor de cada aterro, há entre 30 e 40 municípios que ainda não fazem uso da estrutura, mesmo com capacidade ociosa e logística viável.
Próximos passos
Com o compromisso firmado entre instituições e representantes políticos, a expectativa da Abrema é de que, ainda em 2025, diversas cidades encerrem seus lixões e comecem a operar em conformidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
“Estamos trabalhando com um time unido, com um objetivo só: encerrar os lixões e garantir dignidade para a população”, reforçou Pedro Maranhão.
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