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Psicólogo é preso por suspeita de abusar pacientes: "Mandou abrir as pernas"

Ao menos, três vítimas denunciaram o caso

Por Leilane Teixeira

15/02/2025 - 9:00 h
Psicólogo tentava se aproveitar de mulheres fragilizadas
Psicólogo tentava se aproveitar de mulheres fragilizadas -

Um psicólogo foi preso em flagrante nesta sexta-feira, 14, na cidade de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, suspeito de abusar de pacientes durante consultas. A prisão foi efetuada por equipes da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM/Camaçari).

Uma das vítimas, de 41 anos, contou que, durante as consultas, o profissional mantinha contato físico, tentando chegar na parte íntima dela. Na última tentativa, que ocorreu nesta sexta, ela conseguiu gritar e pedir ajuda.

"Na primeira sessão, eu já achei estranho ele tentar se aproximar muito. Não entendia o porquê de estar tão perto. Questionei, mas ele disse que fazia parte do procedimento, que era necessário para causar 'sensações'. Ele repetia isso muitas vezes. Fui embora e logo ele me mandou uma mensagem no celular, dizendo que poderíamos manter uma conversa virtual também. Hoje, em mais uma consulta, ele veio me acariciar, tentar passar a mão em mim. Foi nesse momento em que eu gritei pedindo ajuda e a polícia chegou a tempo", contou apavorada.

O profissional foi identificado como Francis Santana, de 34 anos. Ele atuava em uma associação de moradores no bairro do Gravatá de forma gratuita, visando atender pessoas vulneráveis e sem condições de arcar com um atendimento psicológico.

Mais vítimas

Esse, no então, não foi o único caso. Após prisão de Francis, outras mulheres também tiveram coragem de denuncia-lo. Jana Viana foi uma delas. Em entrevista ao Portal A TARDE, ela relembrou, com tristeza, as consultas invasivas que o psicólogo mantinha.

"Comecei a fazer consulta em dezembro de 2023 quando eu perdi meu bebê. Estava bem debilitada por conta da perda. Marcamos a primeira consulta e fui no consultório. Chegando lá, ele pediu para eu deitar em um sofá. Até então, achei normal. Depois ele mandou eu mostra-lo qual parte do meu corpo eu não gostava e fez uma "dinâmica" com massagens nesses locais. Massageou meus pés e comecei a me sentir desconfortável e pedi para parar", contou.

Porém, as ações não terminaram por aí. Agindo da mesma forma, ele mandou mensagem no WhatsApp de Jana para que as consultas continuassem, orientando que fossem de forma online.

"Me pediu fotos que eu mais gostava para que ele pudesse colocar na minha pasta. Enviei fotos normal do meu dia a dia. Marcamos a segunda consulta por chamada de vídeo, foi quando eu realmente vi que tinha algo errado. Não era uma chamada normal. Ele pediu para que eu deixasse meu celular parado em algum lugar que ele conseguisse ver meu corpo todo e pediu para que eu abaixasse a roupa, dizendo que era consulta de autocuidado. Mandou eu pegar um espelho e tocar meu corpo. Por várias vezes na consulta eu reclamei sobre isso. Falei que eu estava procurando cuidados porque estava debilitada por conta da minha mente e não do meu corpo", desabafou .

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Traumas irreversíveis

Francis Santana tinha uma perfil preferido: mulheres vulneráveis, que tinham acabado de passar por algum trauma. Ao invés de ajudar, para J.C [que preferiu não ser identificada], os traumas só se intensificaram. Após passar pela consulta com ele em 2024, ela diz que não consegue mais fazer atendimento com nenhum médico.

"Eu fui procurar ajuda psicológica porque eu passei por um processo depressivo entre 2019 e 2020, em que paralisou todo o meu corpo, inclusive a minha fala. Nisso, eu comecei a fazer uso de medicamento através do psiquiatra e pelo SUS. Só que para conseguir um psicólogo bom era mais difícil e eu não tinha condições de arcar. Com isso, me apresentaram a associação que ele trabalha. Cheguei lá e fui muito bem recebida pela recepção. Fiz uma ficha e fui para a sala dele. Quando eu entrei para sala logo de imediato eu achei estranho, porque ele trancou a porta", relembra em entrevista ao Portal A TARDE.

Foi nesse momento que a jovem, que tinha 23 anos na época, começou a perceber a maldade. "Ele pediu que eu sentasse e começou pedir pra me explicar sobre o que estava acontecendo comigo. Eu falei, mas vi que ele não dava importância para o que eu estava falando. Do nada ele começou falar elogios, como ele já fez com outras vítimas. Começou a dize que eu era linda, maravilhosa e várias outras coisas. Depois, ele pediu que eu deitasse numa maca que tem na sala dele. Ficou me tocando".

Ainda de acordo com ela, "depois ele pediu que eu abrisse minhas pernas. Eu achei estranho, fiquei desconfortável. Ele viu a minha cara de desconforto. No que ele começou a me tocar, eu tentei fechar as pernas. Ele mandou eu ficar calma. Me levantei e não quis mais sentar em lugar nenhum. Ele me deu um papel para preencher o retorno, mas eu nunca mais quis voltar. Tinha certeza que isso não era normal. Agora, tenho mais traumas e não consigo mais fazer consulta com ninguém. Eu tenho nojo dele e nojo de tudo que aconteceu".

Em nota, a Polícia Civil confirmou a prisão do psicólogo pelo crime de "violação sexual mediante fraude. Oitivas e diligências estão em andamento para esclarecimento do fato". O psicólogo segue à disposição da Justiça.

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Tags:

Abuso durante consultas Abuso em consulta abuso sexual Consulta com psicólogo Psicólogo preso

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