BAHIA
"Quando sobe o gás, tudo aumenta": comerciantes reclamam de reajuste da Acelen
Reajuste anunciado pela Acelen foi de 10,16% e já é válido em toda a Bahia
Por Gabriel Moura

Além do impacto direto na compra dos botijões, o reajuste do gás de cozinha anunciado pela Acelen na quarta-feira, 31, também aumentará outros produtos na Bahia. Vendedores de alimentos de Salvador afirmam que o maior custo de produção será repassado aos consumidores.
O comerciante Tiago Almeida, que vende bolos e salgados na avenida Tancredo Neves, revela que já gasta aproximadamente R$ 350 por mês em pouco mais de dois botijões por mês. Com o aumento, o gasto pode superar os R$ 400.
"Eu, enquanto empreendedor, fico no impasse: ou mantenho o preço, seguro o cliente e amargo o prejuízo; ou repasso o aumento no custo, mantenho minha margem de lucro e tento explicar para o freguês que o gás aumentou. O problema é que normalmente não entendem e saem sem comprar", lamenta o vendedor.
Já Jaqueline Rodrigues, que vende coxinhas e outros salgados, diz que é impossível não repassar. "É um aumento muito grande. Hoje o gás é um dos maiores custos que tenho, pois não afeta apenas o botijão, mas outros insumos. Quando sobe o gás, tudo aumenta", conta.

Aumento da Acelen
O gás de cozinha ficou mais caro nesta quinta-feira, 1º. O novo reajuste no preço do GLP foi 10,16% para as distribuidoras. O aumento foi confirmado pela Acelen, empresa que administra a Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador.
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Atualmente, o preço médio do gás em Salvador é de R$ 135. Com o reajuste, a estimativa do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas) é de que o valor ultrapasse a marca de R$ 140,00, podendo ainda ultrapassar ou ficar próximo dos R$ 150,00.
Presidente do Sinrevgas, Robério Souza revelou que o preço mais alto já está sendo praticado em todas as 700 revendedoras da Região Metropolitana de Salvador.
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Ele lamenta o reajuste, que afeta 94% dos baianos que vivem em residência sem gás encanado. "O aumento não diminui a procura, pois o GLP é essencial para cozinhar. Mas cada vez vemos mais casos de pessoas, especialmente as mais pobres, com dificuldades para comprar o gás. Pessoas que ficam uma semana, 15 dias sem o produto, tendo que cozinhar com lenha ou álcool, pois esperam algum dinheiro", relata.

Aumentos em curto período
Em curto período de tempo, a Acelen tem feitos reajustes constantes no preço do gás de cozinha. Em março deste ano, o valor do item básico para a população subiu 8%.
Em nota, a empresa justificou que os produtos "seguem critérios de mercado, considerando variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo". Na prática, isso significa maior custo para a população.
Cerca de quatro meses atrás, em março, a Acelen havia registrado outro aumento. Na ocasião, o preço para as distribuidoras subiu 8%, com reajuste entre R$ 5 e R$ 6 para os consumidores finais.
Nota da Acelen na Íntegra
A Acelen, empresa de energia proprietária da Refinaria de Mataripe, confirma reajuste do GLP de 10,16% para as distribuidoras, em 1º de agosto.
Os preços dos produtos seguem critérios de mercado, considerando variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo.
A empresa ressalta que possui uma política de preços transparente, amparada por critérios técnicos, em consonância com as práticas internacionais de mercado.
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