BAHIA
Sindicato lança programa para combater assédios dentro da polícia baiana
Investigadora comenta quantos casos de assédio dentro da Instituição há registro na Bahia e ressalta a importância do registro de denúncias
Na manhã desta quarta-feira, 2, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (SINDPOC), lançou o programa “Rondas Policiais Seguras: Ambiente da PCBA Livre de Assédio”, na Faculdade de Economia da UFBA, na Praça da Piedade, no bairro do Dois de Julho.
O programa tem como objetivo fiscalizar os casos de assédio cada vez mais recorrentes denunciados à Corregedoria da Polícia Civil da Bahia.
De acordo com Carla Sandra, investigadora da Polícia Civil, o programa busca “o enfrentamento e combate ao assédio moral, sexual, importunação sexual e abuso de autoridade que está acontecendo nas unidades policiais na Bahia".
Além disso, a agente também ressaltou o objetivo de “chamar atenção desses abusos que estão acontecendo na nossa instituição e também cobrar responsabilização dos assediadores e assediadoras”.
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Ana Carla Souza, vice-presidente do SINDPOC, alerta para a necessidade de procura da corregedoria da polícia em denúncia desses casos. Após esses primeiros casos denunciados, outras vítimas que passaram também por situações de assédio pelo mesmo delegado, conseguiram efetuar denúncias.
Carla também explicou como irá funcionar a fiscalização ostensiva nas delegacias que apresentarem casos de assédio, “iremos padronizar o veículo do sindicato e iremos em todas unidades com denúncia”, concluiu.
A investigadora apontou que até o momento 27 casos de assédio estão em investigação e as vítimas foram acolhidas, “O Departamento de Polícia Médica da Polícia Civil deu todo o apoio, todo o suporte, não só as meninas, mas todas as vítimas com ajuda, com psicólogos, com médicos”.
O Presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Eustácio Lopes, afirmou que espera uma punição severa para o delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, suspeito de assediar sexualmente quatro colegas de farda.
“Ele tem que ser punido de forma exemplar para que seja exemplo dessa mudança que o sindicato propõe a luta e vai encampar essa luta de mudança da conscientização e da formação também dos policiais civis aqui de Estado da Bahia”, afirmou.
Por fim, o presidente do sindicato reforçou a importância de ter um programa de conscientização para que dar voz a outras vítimas.
“Visa evitar casos como esse que está escandalizando a sociedade e a Polícia Civil. De quatro colegas denunciarem, em pouco tempo da instituição. Colegas que entraram sonhando com a instituição, de contribuir com a sociedade, de fortalecer a luta contra a violência, e elas são vítimas de violência dentro da delegacia, violência grave, que é assédio sexual”, lamentou Eustácio Lopes.
As vítimas foram afastadas por 10 dias e também serão transferidas de unidade, por mais que o delegado tenha sido exonerado do cargo, “as policiais não se sentem mais seguras”, explicou Ana Carla Souza.
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