BRASIL
Após ser agredido, PM desabafa: "Nunca mais coloco uma farda"
Danilo Martins denunciou ter sido vítima de tortura em curso de formação
O soldado da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Danilo Martins, de 34 anos, agredido durante treinamento, disse que não sabe que vai fazer no futuro. “Eu nunca mais coloco uma farda na minha vida”, disse ele aos prantos.
Ele fez uma denúncia de tortura contra a PMDF. Em entrevista ao portal Metrópoles, Danilo contou em detalhes as oito horas que sofreu as violências. “Eles cansaram de me bater”, disse. “Saía um, ficavam dois, e esses dois me fustigavam com tronco.”
Ele contou ainda que não demorou para perceber que a suposta aula era, de fato, uma sessão de tortura. “Eu achei que estavam me testando para ver meu limite”, contou. “Só percebi mesmo que estava sendo torturado quando não consegui respirar.”
O soldado ficou seis dias internado em um hospital após as lesões, sendo quatro deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Danilo estava com um quadro de rabdomiólise, quando a fibra muscular rompe e ela solta uma toxina que intoxica o rim, o que causa insuficiência renal.
“Eles queriam que eu desistisse”. Um superior teria dito a Danilo que recebeu a “missão” de tirá-lo do curso. “O meu papel já estava preenchido todo no Word, com meus dados. Ficava o papel toda hora na minha frente.”
Os exames detectaram que Danilo ficou com uma lesão cerebral que afeta visão e audição. Após a repercussão do caso, a PMDF se manifestou. Em nota, disse que “não admite desvios de conduta”.
Defesa dos PMs
Em nota, o advogado Marcelo Almeida, responsável pela defesa de 12 dos PMs, disse que “em nenhum momento os referidos policiais militares foram notificados para prestarem quaisquer tipos de esclarecimentos sobre os fatos objeto desta operação, seja pelo Departamento de Controle e Correição da PMDF ou mesmo pelo MPDFT”.
O advogado acrescenta que seus clientes foram “apenas surpreendidos nesta manhã com suas respectivas prisões, razão pela qual a defesa técnica buscará trazer aos autos suas versões, para que então o Poder Judiciário possa aplicar o direito da melhor forma”.
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