BRASIL
Após vídeo polêmico, padre pode ser expulso da Igreja Católica?
Vídeo viral mostra sacerdote com noiva de um fiel; Diocese e polícia apuram o caso

Por Isabela Cardoso

O vídeo que mostra o padre Luciano Braga Simplício, em Nova Maringá (MT), ao lado da noiva de um fiel, segue gerando repercussão nacional. O episódio, que ocorreu no último sábado, 11, pode resultar em expulsão do sacerdócio, conforme prevê o Código de Direito Canônico.
Nas imagens que viralizaram, o padre aparece apenas de shorts, enquanto a mulher é encontrada escondida embaixo da pia do banheiro, usando um baby-doll. O flagrante foi feito pelo noivo, que arrombou a porta após desconfiar da situação.
O vídeo se espalhou rapidamente pelas redes sociais e provocou revolta entre os fiéis da cidade.
O que diz a Igreja sobre o caso
De acordo com o Código de Direito Canônico, o conjunto de normas que rege a conduta de padres e bispos da Igreja Católica, padres do rito latino são obrigados ao celibato e não podem manter relacionamentos amorosos ou sexuais. A
violação desse voto é considerada uma falta grave, que pode levar à suspensão das funções clericais ou até à redução ao estado laical, este sendo punição máxima, que significa a expulsão oficial da Igreja.
A decisão sobre o destino do sacerdote cabe ao bispo diocesano, que pode conduzir o processo de forma local ou encaminhá-lo ao Vaticano, através da Congregação para o Clero.
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Casos públicos como este costumam ter forte impacto na imagem da Igreja, o que acelera a necessidade de uma resposta institucional.
Diocese confirma apuração e medidas disciplinares
Em nota, a Diocese de Diamantino, responsável pela paróquia de Nova Maringá, confirmou a abertura de uma investigação canônica. O comunicado afirma que “todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas, visando ao bem da Igreja e do povo de Deus”.
Nos bastidores, fontes ligadas à diocese afirmam que o padre poderá ser afastado temporariamente até a conclusão do processo. Dependendo das provas reunidas, a punição pode ir de advertência formal a expulsão definitiva.
Padre nega envolvimento
Em um áudio divulgado após o caso, o padre negou qualquer envolvimento amoroso com a jovem de 21 anos. Segundo ele, a mulher teria pedido autorização para usar o banheiro e tomar banho após participar de uma atividade religiosa.
“Ela pediu para usar o quarto. Eu estava tomando banho quando ouvi gritos e barulho”, afirmou o padre.
Apesar da justificativa, o vídeo provocou indignação entre os fiéis e abriu uma discussão sobre os limites da convivência entre clérigos e paroquianos.
Polícia também investiga o episódio
Além do processo eclesiástico, a Polícia Civil de Mato Grosso abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do caso. A jovem registrou boletim de ocorrência por divulgação indevida de imagens, e as autoridades avaliam se houve violação de privacidade ou assédio.
O inquérito corre paralelamente à apuração interna da Igreja. O resultado das investigações poderá influenciar a decisão final do bispo e o futuro do padre no sacerdócio.
Possível expulsão depende de provas e julgamento eclesiástico
Segundo especialistas em direito canônico, a expulsão de um padre não é automática e depende da comprovação de má conduta. A pena de redução ao estado laical é aplicada apenas quando há evidências de comportamento incompatível com o ministério religioso, especialmente em casos públicos que causam escândalo entre os fiéis.
Se confirmada a infração, o padre Luciano Braga Simplício poderá perder definitivamente o direito de exercer o ministério, sendo proibido de celebrar missas, confissões ou qualquer outro sacramento.
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