BRASIL
Brasil desenvolve primeiro submarino nuclear da América Latina
Construção coloca o país em grupo seleto de nações com alta capacidade militar e tecnológica
Por Redação

Em marco inédito na América Latina, o Brasil avança no desenvolvimento do primeiro submarino nuclear. A construção representa uma medida estratégica para as Forças Armadas inserirem o país em um seleto grupo de nações com alta capacidade militar e tecnológica.
As principais informações sigilosas de defesa dos avanços tecnológicos nacionais, está em uma área de 8,5 quilômetros quadrados no Centro Industrial de Aramar, na cidade de Iperó, no interior de São Paulo.
O local pertence à Marinha do Brasil, onde técnicos e militares já desenvolvem o reator, o motor que equipará o submarino nuclear brasileiro. Já a construção do equipamento está prevista para ocorrer na próxima década, em Itaguaí, no Rio de Janeiro.
Objetivos da construção do submarino
“Considerando as dimensões que temos na nossa Amazônia Azul, a grande área, a extensão na qual a gente tem que garantir a nossa soberania, a nossa capacidade de escoar os nossos produtos, de recebê-los, o submarino é uma plataforma de extrema importância no sentido de garantir a nossa soberania em toda essa área”, explicou Celso Mizutani, diretor do centro tecnológico da Marinha em São Paulo ao SBT News.

Além do impacto na defesa regional, o projeto mostra fortalecer as ambições diplomáticas do Brasil, especialmente no que diz respeito à intenção de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.
Como funcionará o submarino?
O submarino será movido a urânio, o que permitirá longos períodos de operação no mar sem necessidade de reabastecimento. O Brasil domina a tecnologia de enriquecimento de urânio há 42 anos. O processo começa com a conversão do mineral bruto em gás e segue com o enriquecimento em centrífugas de alta rotação, aumentando a capacidade energética.
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“Nesses tipos de instalação, a gente abriga o conhecimento que foi desenvolvido pelo país, pela Marinha, ao longo de vários anos. É um conhecimento sensível, que o Brasil assinou diversos acordos internacionais de não proliferação, então a gente preserva esse conhecimento, preservando o investimento do país”, pontua Sérgio Luís Miranda, diretor de desenvolvimento nuclear da Marinha em São Paulo.
Produção brasileira
O Brasil é um dos 13 países que dominam essa tecnologia. Por isso, a segurança nas instalações é rigorosa. Militares são treinados para lidar com tentativas de invasão ou contaminação, algo que nunca ocorreu até hoje.
A construção do submarino não se limita à segurança nacional. O projeto busca impulsionar a indústria, estimular a pesquisa nas universidades e gerar tecnologias com aplicação civil.

Um dos exemplos é o uso de radiofármacos para exames médicos avançados, processos de esterilização de alimentos exportados e a geração de energia elétrica.
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