BRASIL
Caso Eloá: novos detalhes revelam bastidores do crime que chocou o país
Crime volta aos holofotes e reacende debate sobre violência e mídia

Por Isabela Cardoso

O caso Eloá Pimentel continua sendo um dos episódios mais marcantes e trágicos da história policial brasileira. Em outubro de 2008, a jovem de apenas 15 anos foi feita refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado Lindemberg Alves, dentro do próprio apartamento, em Santo André (SP).
O desfecho, transmitido ao vivo por emissoras de TV, terminou com a morte de Eloá e a tentativa de assassinato de sua melhor amiga, Nayara Silva, que sobreviveu após ser baleada no rosto.
A cobertura intensa da mídia e os erros na condução das negociações policiais transformaram o episódio em um divisor de águas sobre a ética jornalística e o preparo das forças de segurança diante de situações de sequestro.
Julgamento e condenação
Após mais de três anos de espera, o julgamento de Lindemberg Alves aconteceu em fevereiro de 2012, no Fórum de Santo André, sob grande comoção popular. No depoimento, o réu falou pela primeira vez sobre o crime desde sua prisão.
Ele afirmou ter “se assustado” com a invasão policial e disparado contra Eloá após “ver um movimento”, alegando não ter tido intenção de matar.
A juíza responsável pelo caso classificou a ação de Lindemberg como “fria, orgulhosa e egoísta”, condenando-o a 98 anos e 10 meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio (contra Nayara e um policial negociador) e quatro crimes de cárcere privado.
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A sentença foi lida em um fórum lotado e transmitida amplamente pela imprensa nacional. O condenado foi levado diretamente ao presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, conhecido por abrigar criminosos de grande repercussão.
Em 2025, Lindemberg obteve o direito à progressão de regime para o semiaberto, após cumprir parte da pena e apresentar bom comportamento carcerário.
Documentário da Netflix reacende o debate
O caso voltou a ganhar destaque com o lançamento do documentário “Caso Eloá: Refém ao Vivo”, nova produção da Netflix que revisita o crime sob a ótica das vítimas, familiares e jornalistas que acompanharam a tragédia.
A série traz depoimentos inéditos dos pais de Eloá, do irmão Douglas Pimentel e da amiga Grazieli Oliveira, além de revelar bastidores das negociações e da cobertura televisiva da época. A produção também discute a exposição midiática do sequestro e suas consequências psicológicas para os envolvidos.
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