JUSTIÇA
Caso Marielle: Rivaldo Barbosa pede a Moraes para prestar depoimento
O delegado, apontado como mentor do crime, também solicita que a esposa seja ouvida
Por Da Redação
A defesa do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, preso em março por suspeita ser um dos mentores do assassinato da vereadora Marielle Franco, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ser ouvido junto a esposa, Erika Araújo, no processo.
A companheira dele é apontada pela investigação da Polícia Federal como responsável pelo uso de empresas para lavar o dinheiro que vinha da prática de crimes do agente. O casal teria constituído duas empresas para a finalidade durante o período em que Rivaldo foi indicado para chefiar a Delegacia de Homicídios da Capital.
O pedido argumenta que o policial ainda não prestou depoimento e que ele poderia esclarecer no depoimento, com documentos e notas fiscais, que não tem empresas de fachada. A petição pede ainda que as medidas tomadas contra Erika, que usa tornozeleira eletrônica desde o dia 25 de março, sejam revogadas.
"Como é possível observar, não procedem as assertivas consignadas no Relatório Final da Autoridade Policial, baseadas em notícias de jornal, no sentido de que as empresas de Erika são de fachada, que tenham auxiliado em suposta lavagem de dinheiro e que ela tenha atuado como 'testa de ferro' de Rivaldo", afirma um trecho da petição.
Ainda de acordo com o pedido encaminhado a Moraes, “não há qualquer lastro probatório ou ao menos indiciário no sentido de que tenha havido práticas ilícitas na prestação dos serviços realizados pelas empresas de ERIKA e muito menos que sua evolução patrimonial tenha relação com rendas ilegais”.
A PF aponta que Rivaldo, junto aos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, teriam planejado “meticulosamente” o assassinato de Marielle. "E aqui se justifica a qualificação de Rivaldo como autor do delito, uma vez que, apesar de não ter o idealizado, ele foi o responsável por ter o controle do domínio final do fato, ao ter total ingerência sobre as mazelas inerentes à marcha da execução, sobretudo, com a imposição de condições e exigências", diz o relatório da corporação.
De acordo com relatório da Polícia Federal, o policial e ex-chefe da Polícia Civil recebia “mesada” para não investigar crimes de assassinato na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. As investigações apontam que haveria uma rotina de pagamento de propinas, em valor variavam entre R$ 60 mil e R$ 80 mil para obstruir investigações.
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