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Conheça quem são os suspeitos de encomendar morte de Marielle

Irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e ex-chefe da Polícia Civil foram presos na manhã deste domingo

Publicado domingo, 24 de março de 2024 às 08:39 h | Atualizado em 24/03/2024, 09:31 | Autor: Da Redação
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa
Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa -

Os suspeitos apontados como mandantes do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, foram presos na manhã deste domigo, 4. Os irmãos Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil fluminense Rivaldo Barbosa, foram detidos em uma operação conjunta da Procuradoria Geral da República, do Ministério Público do Rio e da Polícia Federal. 

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Quem são os suspeitos

Domingos Brazão

Domingos Brazão
Domingos Brazão |  Foto: Alerj

Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), o que lhe dá direito a foro especial, e teve a prisão preventiva expedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele sempre negou o envolvimento com o crime.

Brazão começou o trabalho na política como assessor parlamentar na Câmara Municipal do Rio na década de 1990. Ele foi eleito para um cargo público pela primeira vez em 1996 como vereador. Dois anos depois, foi eleito como deputado estadual e por 5 mandatos consecutivos, entre 1999 e 2015, ficou na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Em 2015, ele foi indicado e eleito por ampla maioria (61 dos 66 votos) na Alerj para uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Na ocasião, algumas pessoas questionaram a escolha por Brazão não ter apresentado as certidões cíveis, criminais e eleitorais, que na época era réu em um processo de abuso de poder econômico e compra de votos através de centros sociais da sua família na Zona Oeste do Rio.

Além disso, Brazão se livrou de uma queixa-crime feita pela então deputada estadual Cidinha Campos ao Tribunal de Justiça do Rio em um processo de 2014 que ambos trocaram insultos e palavrões no plenário da Alerj.

Entre os principais redutos eleitorais de Brazão estava Rio das Pedras, o berço da milícia carioca. A sua influência na região fez com que ele fosse citado no relatório final da CPI das Milícias, em 2008. O ex-deputado negou ter envolvimento com grupos paramilitares e os crimes investigados.

Domingos também foi acusado e depois absolvido de um assassinato, que ele mesmo já admitiu ter cometido. Ele falou sobre isso em plenário da Alerj, em meio a uma briga com a então deputada estadual Cidinha Campos, que o acusava de ter feito ameaças.

"Matei, sim, uma pessoa. Mas isso tem mais de 30 anos, quando eu tinha 22 anos", disse na ocasião. "Foi um marginal que tinha ido à minha casa, no dia do meu aniversário. A Justiça me deu razão."

Em 2017, Brazão foi preso temporariamente com outros quatro conselheiros do TCE na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio, onde responde até hoje pela suspeita de integrar um suposto esquema criminoso composto por membros do Tribunal de Contas para receber propina em cima dos contratos do estado.

Com a prisão, ele foi afastado do cargo e só voltou a ser conselheiro em maio do ano passado, após uma decisão favorável da Justiça do Rio.

Mesmo com retorno, o STF manteve a ação penal que investiga o suposto esquema de propina.

Chiquinho Brazão

Chiquinho Brazão
Chiquinho Brazão |  Foto: Câmara dos Deputados

O deputado federal João Francisco Inácio Brazão (União Brasil), o Chiquinho Brazão, de 62 anos, é o irmão do meio de outros dois políticos no RJ: o deputado estadual Manoel Inácio Brazão, mais conhecido como Pedro Brazão, e Domingos Brazão.

Chiquinho Brazão, que também é empresário de postos de gasolina, foi vereador na Câmara Municipal do RJ pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os 2 primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Chiquinho foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito, desta vez pelo União Brasil. Naquele ano, ele teve 25.817 votos.

Em outubro de 2023, assumiu o comando da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, na prefeitura do Rio de Janeiro, na gestão de Eduardo Paes (PSD), e se afastou da Câmara dos Deputados. 

Em fevereiro deste ano, ele foi exonerado do cargo pelo prefeito. Segundo o órgão, ele saiu por preferência própria.

Rivaldo Barbosa

Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa
Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa |  Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Graduado em direito, o delegado Rivaldo Barbosa foi empossado chefe da Polícia Civil do RJ um dia antes do atentado em 2018.

Rivaldo era coordenador da Divisão de Homicídios e foi convidado para o posto pelo então interventor federal general Walter Braga Netto, que anos depois se tornou ministro do presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice nas eleições presidenciais de 2022.

Durante seu discurso, Rivaldo enfatizou a necessidade de combater a corrupção. “Combater a corrupção é uma das minhas prioridades. Por isso, precisamos investir e fortalecer a inteligência para atuar em lavagem de dinheiro.” 

Neste domingo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, contou à GloboNews que Rivaldo foi o primeiro delegado a falar com ela e sua mãe após a morte de Marielle, prometendo encontrar os responsáveis. 

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