ECONOMIA
“Deus me livre de mulher CEO”, diz empresário de marca feminina
Presidente da G4 Educação, fundador da Easy Taxi, Singu e CEO do Grupo Hope, marca voltada ao público feminino, Tallis Gomes expressa falas machistas
Por Da Redação
O presidente e cofundador da escola de negócios G4 Educação, Tallis Gomes, expressou que mulheres que são CEO de empresas não fazem “melhor uso da energia feminina”. “Deus me livre de mulher CEO”, escreveu Gomes, também fundador da Easy Taxi e da Singu, em publicação em conta pessoal no Instagram, nesta quarta-feira, 18.
Após grande repercussão em grupos de WhatsApp, com integrantes de advogadas e mulheres do setor empresarial e de acordo com o Estadão, que buscou contato com a Hope, Gomes fez nova publicação e pediu desculpas. “Infeliz ao dizer qual tipo de mulher eu gostaria para a minha vida”, disse o empresário que antes da retratação, recebeu comentários, nas redes sociais, de mulheres ex-alunas da G4 que diziam ter se arrependido de ter pago pelos cursos da empresa.
Em perfil no Linkedin, Gomes diz ser integrante do conselho de administração do Grupo Hope, que tem marcas voltadas para o público feminino. A empresa implementou em 2018 o primeiro conselho consultivo, que tem, entre os conselheiros externos, Tallis Gomes.
Ainda segundo o Estadão, Gomes e o Grupo Hope foram procurados, mas não responderam.
Na publicação de retratação, Gomes afirma que estava se referindo a quem gostaria de ter ao lado como mulher. “Em momento algum no meu texto eu quis questionar a capacidade de uma mulher ser CEO, disse única e exclusivamente, com as palavras erradas e com o tom errado, quem eu gostaria do meu lado como minha mulher”, explicou. Ele também reforça na publicação após a repercussão que a opinião dele não representa a empresa G4.
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Gomes ainda complementou, “temos o orgulho de merecer a confiança de muitas mulheres executivas de sucesso. Minhas mais sinceras desculpas por causar esse desconforto a todas vocês. O lugar das mulheres é onde elas quiserem estar.”
Na publicação original, Gomes havia escrito que “salvo raras exceções, essa mulher (CEO) vai passar por um processo de masculinização que vai colocar meu lar em quarto plano, eu em terceiro plano e os meus filhos em segundo plano”.
Ele também comentou que posições como a dele exigem que o CEO seja “muito cascudo para suportar” e que “o mundo começou a desabar exatamente quando o movimento feminista começou a obrigar a mulher a fazer papel de homem” e que a mulher deve usar “a energia feminina nos lugares certos, lar e família.
O empresário diz também ser membro do conselho de administração da Espaçolaser, em conta pessoal no LinkedIn. Mas de acordo com a empresa, ele não é mais integrante do conselho desde 2023. A Espaçolaser é dirigida pela CEO, Magali Leite.
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