BELÉM
Economia verde: Consórcio Nordeste e o ambicioso plano na COP30
PTE-NE prevê 324 ações para triplicar a energia limpa, atrair powershoring e transformar o semiárido em polo global

Por Georges Humbert*

A 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada em Belém do Pará, transformou-se no palco onde o Consórcio Nordeste reafirmou seu papel de vanguarda na transição ecológica do Brasil. Representando os nove estados da região, o consórcio não apenas levou uma agenda robusta de desenvolvimento sustentável e justiça social, mas também lançou o ambicioso Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica (PTE-NE).
Com parcerias internacionais de peso e a adesão a alianças globais de descarbonização, a região se posiciona como um hub mundial de energia renovável e um modelo para a economia verde. O Jornal A TARDE acompanhou de perto as iniciativas que prometem triplicar a capacidade de energia limpa e atrair investimentos bilionários, consolidando o Nordeste como o epicentro da mudança climática positiva no país.
O Consórcio Nordeste, formado pelos governos de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, iniciou sua participação estratégica na COP30 com o lançamento do Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica (PTE-NE). Esse plano ambicioso, apresentado no dia 10 de novembro, reúne 47 propostas e 324 ações prioritárias, elaboradas com a participação de mais de 500 representantes em oficinas regionais.
O foco está em transformar o semiárido em um hub mundial de energia renovável, fortalecendo a agricultura familiar, promovendo a agroecologia e investindo em inovação verde. De acordo com fontes oficiais do consórcio, o plano visa triplicar a capacidade de energia limpa na região, alinhando-se às metas nacionais de redução de emissões até 2035.
Parcerias etratégicas e lideranças em destaque na COP30
Além do lançamento do plano, o consórcio firmou parcerias internacionais e nacionais de peso. No dia 11 de novembro, aderiu à Under2 Coalition, uma aliança global de governos subnacionais comprometidos com a descarbonização, assumindo metas rigorosas para limitar o aquecimento global a 2ºC. Essa adesão reforça o compromisso do Nordeste com ações climáticas concretas, incluindo a expansão de energias renováveis e a proteção de biomas como a Caatinga e o Cerrado.
Outro destaque foi o acordo com o Banco do Brasil e o Instituto Clima e Sociedade (iCS), assinado no dia 12, para promover mecanismos financeiros sustentáveis e atrair indústrias verdes intensivas em energia – o conceito de "powershoring". Essa parceria visa preparar a região para investimentos que combinem crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
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O estande do Consórcio Nordeste na COP30 se transformou em um espaço vibrante de debates e apresentações, onde governadores e especialistas discutiram estratégias que unem energia renovável e justiça social. Celebrado com elementos culturais como forró, o local simbolizou o orgulho nordestino e atraiu atenção internacional, mostrando que sustentabilidade pode ser inclusiva e enraizada na identidade regional.
Destaca-se a participação ativa do presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, governador do Piauí. Eleito para o cargo em janeiro de 2025, Fonteles liderou as delegações regionais desde a abertura da conferência, no dia 10 de novembro. Em discursos e assinaturas de acordos, ele enfatizou a necessidade de transformar compromissos ambientais em oportunidades econômicas, afirmando que o plano ecológico busca “colocar o Nordeste na vanguarda da transição justa”. Sua presença foi marcante no lançamento do estande e nas negociações com instituições financeiras, posicionando a região como modelo para o Brasil.
Igualmente relevante foi o papel do secretário executivo do consórcio, Carlos Eduardo Gabas, que atuou como diretor de planejamento e sustentabilidade nas ações da COP30. Gabas, com sua experiência em políticas públicas, coordenou as oficinas que deram origem ao Plano de Transformação Ecológica e participou diretamente das assinaturas de parcerias, como o acordo com o BNDES e o Banco do Nordeste.
Sua contribuição foi essencial para integrar as demandas ambientais com o desenvolvimento regional, destacando ações como a alocação de R$ 100 bilhões em investimentos sustentáveis. Gabas representou o consórcio em painéis sobre governança multinível, reforçando a importância de uma abordagem integrada para combater a crise climática.
Outros governadores, como Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), que representou o consórcio no lançamento do Plano para Acelerar a Governança Multinível, e Paulo Dantas (Alagoas), integraram a comitiva, ampliando o impacto das ações nordestinas. A participação coletiva demonstrou unidade e visão estratégica, com o Nordeste aproveitando a COP30 para atrair investimentos e influenciar políticas globais.
Em um momento em que o mundo clama por ações urgentes, o Consórcio Nordeste prova que regiões historicamente desafiadas podem liderar a transformação ecológica. A COP30 não termina aqui – as sementes plantadas em Belém prometem florescer em um futuro mais verde para o Brasil e o planeta. Fiquem atentos ao Jornal da Tarde para mais atualizações.
*Georges Humbert é correspondente de A TARDE na COP30, em Belém.
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