TENSÃO
EUA está de olho em território submerso do Brasil rico em terras raras
Local com diversos minerais vira alvo de disputa entre os dois países
Por Bianca Carneiro

O território marítimo conhecido como Elevação do Rio Grande, localizado a 1.200 km da costa do Rio Grande do Sul, voltou ao centro de um possível embate diplomático entre Brasil e Estados Unidos. Rica em terras raras, minerais estratégicos para a transição energética a região é reivindicada pelo Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2018, mas segue sem reconhecimento formal.
Na última quinta-feira, 24, Raul Jungmann, presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), afirmou que o governo dos Estados Unidos manifestou interesse direto nos chamados minerais críticos e estratégicos (MCEs) presentes na região.
Lula reage
Durante evento em Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento incisivo ao criticar o interesse norte-americano:
“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro.”
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O que está em jogo
Segundo informações do g1, estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que a Elevação do Rio Grande, com cerca de 500 mil km², possui enorme potencial mineral, incluindo elementos raros fundamentais para a produção de baterias, chips e turbinas eólicas.
A reivindicação brasileira pela área está sendo analisada desde fevereiro de 2025 pela Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU. Porém, como a decisão ainda não foi tomada, o território é considerado internacional, o que significa que, legalmente, nenhum país detém controle exclusivo sobre ele.
Os Estados Unidos, que não são signatários da Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, não estariam sujeitos a sanções caso explorassem a região.
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