Governo proíbe tilápia importada: entenda o risco que assusta produtor

Apesar de a tilápia ser um dos peixes mais populares na mesa dos brasileiros, um estado decidiu endurecer as regras para garantir a segurança de sua economia. O governo de Santa Catarina proibiu oficialmente a importação e a comercialização da tilápia originária do Vietnã e de outros países da Ásia.

A decisão, confirmada pelo secretário de Aquicultura e Pesca do estado, Tiago Frigo, tem como foco principal o combate ao Tilapia Lake Virus (TiLV). O vírus, já documentado em produções asiáticas, possui um alto poder de destruição, capaz de exterminar populações inteiras de peixes em curto período.

Risco para a produção, não para a saúde humana

É importante ressaltar que a restrição é uma medida de defesa agropecuária. Até o momento, não existem registros científicos de que o vírus possa contaminar seres humanos ou representar riscos à saúde pública.

O perigo é exclusivamente econômico: Santa Catarina é um dos gigantes do setor, produzindo cerca de 59 mil toneladas de tilápia por ano, segundo dados da Epagri. A entrada do vírus no estado poderia causar um colapso na cadeia produtiva local, afetando milhares de produtores e a oferta do pescado.

O consumidor vai ficar sem peixe?

A boa notícia para o morador catarinense é que a oferta do produto está garantida pela robusta produção interna. No entanto, especialistas alertam para um possível reflexo no bolso, pois os mercados continuarão vendendo tilápia, mas agora de origem estritamente nacional ou de importações seguras.

Além disso, com a restrição de fontes externas mais baratas, o preço do quilo do peixe pode sofrer uma leve alta nos próximos meses devido ao ajuste entre oferta e demanda.

Enquanto o Ministério do Meio Ambiente mantém a importação liberada em nível federal, apesar de a tilápia ser uma espécie exótica, Santa Catarina opta pela cautela para evitar um desastre sanitário em suas águas.