NAS REDES
Influenciadoras digitais são presas por envolvimento com crime organizado
Mulheres divulgavam as ações da facção nas redes sociais
Por Redação

Durante a Operação Faixa Rosa investigadores do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) do Piauí, prenderam preventivamente 18 pessoas, em sua maioria influenciadores digitais, suspeitas de envolvimento com organização criminosa e apologia ao crime. Uma segue foragida. A influenciadora Ana Azevedo está entre as presas.
A ação, deflagrada em 30 de abril último, tinha como principal objetivo desarticular um núcleo criminoso integrado.
Segundo informações da Polícia Civil, as influenciadoras investigadas usavam suas redes sociais para promover e enaltecer organizações criminosas, além de fazerem apologia ao tráfico de drogas, à violência armada e à criminalidade de forma recorrente. O inquérito que investiga o grupo foi concluído nesta quinta-feira, 3.
Materiais reunidos na investigação, como áudios, vídeos, prints de mensagens e documentos internos, foram divulgados com a autorização da Justiça. Os conteúdos evidenciam o uso das redes sociais para exibição de armas, ostentação de drogas, incitação à violência e planejamento de ataques contra grupos rivais.
"Os trechos demonstram com clareza, não apenas, a estrutura de comando e disciplina dentro da organização, mas também a tentativa de doutrinação criminosa, com uso explícito de códigos internos e linguagem própria da organização", explicou o delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco.
Ainda segundo a polícia, a Operação Faixa Rosa representa um marco no combate ao que chama de “glamourização do crime”. De acordo com os investigadores, esse fenômeno é protagonizado por mulheres com forte influência nas redes sociais, que, ao impactar milhares de seguidores, especialmente jovens em situação de vulnerabilidade, acabam exaltando a criminalidade e distorcendo valores sociais. As informações são do G1.
Ainda segundo o delegado, esse comportamento não é isolado, mas parte de uma tendência nacional que preocupa as autoridades. "Influenciadoras com grande alcance digital vêm utilizando as plataformas como vitrines do crime, promovendo uma estética violenta, banalizando a criminalidade e incentivando a adesão de jovens ao tráfico de drogas, à organização criminosa e ao confronto armado com o Estado. A repressão a esse tipo de conduta vai além do aspecto criminal, é uma forma de proteger a juventude e preservar a integridade moral da sociedade", pontuou ele.

Polícia apreende documentos da organização
Dentre os documentos apreendidos, foram encontrados cadastros internos da facção, nos quais os integrantes eram oficialmente registrados com nome verdadeiro, apelido/ vulgo, comunidade de origem e atuação, referências hierárquicas e data de entrada.
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Esses formulários revelam uma estrutura organizacional formalizada, com regras claras, como a exigência de leitura e aceitação do estatuto da organização antes do cadastro. Os membros também eram obrigados a manter seus dados atualizados em caso de mudança de bairro ou sistema, sob pena de sanções internas.
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