TRAGÉDIA
Motorista que causou acidente com 39 mortos estava sob efeito de droga
O veículo transportava um bloco de granito que se desprendeu e atingiu um ônibus na BR-116
Por Luan Julião
A Justiça determinou a prisão do motorista de uma carreta bitrem envolvido no grave acidente que deixou 39 mortos na BR-116, em Teófilo Otoni, Vale do Mucuri. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (21 de janeiro) após exames confirmarem o uso de álcool, ecstasy e cocaína pelo condutor, de 49 anos.
O veículo transportava um bloco de granito que se desprendeu e atingiu um ônibus, causando a tragédia. Segundo publicação do governador Romeu Zema (Novo) no "X", antigo Twitter, o motorista foi detido no Espírito Santo pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).
O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, assinou a ordem de prisão. De acordo com a decisão, os exames toxicológicos realizados dois dias após o acidente, momento em que o suspeito se entregou à polícia, apontaram a presença das substâncias ilícitas no organismo do motorista. Além disso, investigações revelaram reincidência: o homem já havia sido abordado anteriormente sob suspeita de dirigir embriagado, recusando-se a realizar o teste do bafômetro. Esses fatores levaram à revogação da liberdade concedida anteriormente ao condutor, que havia sido liberado após prestar depoimento em 23 de dezembro.
O magistrado destacou diversos agravantes para justificar o pedido de prisão, como a ausência do motorista na cena do acidente, o sobrepeso da carga, o transporte irregular, o excesso de velocidade, a jornada de trabalho exaustiva, a falta de descanso e o consumo de drogas.
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Outro ponto enfatizado foi a falta de cooperação do investigado durante as apurações, já que ele se recusou a entregar o celular para análise. “As investigações fragilizaram a tese de que um estouro de um pneu do ônibus causou a perda de controle do veículo, o que justifica a prisão preventiva do condutor da carreta como forma de resguardo da ordem pública”, explicou o juiz.
Além disso, depoimentos de testemunhas e a análise técnica indicaram que o motorista assumiu uma série de riscos. O caminhão trafegava a 90 km/h, acima do limite permitido de 80 km/h para a via, e transportava uma carga com peso superior a 68 toneladas, quando a capacidade máxima de cada reboque era de 30 toneladas. Com base nesses elementos, o juiz considerou necessária a prisão preventiva para garantir a ordem pública.
Relembre o caso
Um acidente grave envolvendo um caminhão, um carro e um ônibus deixou ao menos 26 mortos na BR-116, no interior de Minas Gerais, na madrugada do dia 21 de dezembro.
Os bombeiros foram acionados para combater o incêndio no ônibus, que tomou grandes proporções, na madrugada deste sábado, por volta das 4h na região de Lajinha, Teófilo Otoni.
De acordo com os bombeiros, o ônibus transportava cerca de 45 passageiros. Entre eles, 13 pessoas saíram com vida e já foram encaminhadas para atendimento médico na região. O incêndio já foi controlado e a remoção dos corpos das 26 vítimas fatais, que ficaram carbonizadas e presas nas ferragens, foi finalizada por volta das 12h.
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