Saul Klein é condenado a pagar R$ 30 mi por exploração sexual

O empresário Saul Klein, de 65 anos, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 30 milhões após acusações de que ele teria explorado sexualmente de cerca de 100 mulheres e submetido à condição análoga a escravidão. A decisão do Ministério Público do Trabalho (MPT) foi divulgada nesta sexta-feira, 14.

Conforme as investigações, Klein aliciava mulheres entre 16 e 21 anos, em situação de vulnerabilidade social e econômica, com a falsa promessa de trabalho como modelo. As vítimas ainda eram mantidas em cárcere privado em um sítio do empresário, em Boituva (SP), e obrigadas a ter relações sexuais com ele.

Ainda de acordo com a decisão, as jovens eram ameaçadas, vigiadas e não tinham acesso ao celular. As investigações apontaram que várias vítimas foram contaminadas com infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

No documento, o MPT apontou que "o desprezo do réu pela dignidade das mulheres, sua autonomia, liberdade e saúde sexual viola o pacto social e normativo de respeito à condição humana". A Justiça do Trabalho também destacou que o esquema no qual Klein estava envolvido "feriu aspectos íntimos da dignidade da pessoa humana, causou transtornos irreparáveis nas vítimas e mudou definitivamente o curso da vida de cada uma delas".

Ainda de acordo com o órgão, a quantia a ser paga pelo empresário deverá ser revertida para três instituições sem fins lucrativos.

O empresário é filho de Samuel Klein, fundador da Casas Bahia. A atual proprietária da empresa, Via Varejo, disse que Saul Klein nunca possuiu qualquer vínculo ou relacionamento com a companhia, já que vendeu sua parte societária na rede de lojas em 2009. A Via Varejo assumiu a gestão em 2010 e informou que a empresa é uma corporação sem acionista controlador ou bloco de controle definido.