FOLIA
Foliões se concentram no Curuzu para acompanhar a saída do Ilê Aiyê
Comemorando os 50 anos do Ilê Aiyê, foliões de todas as idades se reuniram no Curuzu para acompanhar a saída do bloco
Por Andrezza Moura
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As irmãs Regina dos Santos, 50 anos, e Antônia Borges, 46, chegaram cedo ao Curuzu, no bairro da Liberdade, na noite deste sábado, 1° de março, para acompanhar a saída do Ilê Aiyê. Esta é a primeira vez que elas vão desfilar nos Mais Belo dos Belos.
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"Sempre tive vontade de sair, mas, nunca pude. Primeiro, porque morava com minha mãe e não tinha dinheiro para pagar. Depois, me casei e meu marido não gosta de Carnaval. Mas, este ano, decidi que ia sair de qualquer jeito. Estou realizando um sonho", declarou a autônoma Regina.
Assim como a irmã, a técnica de enfermagem Antônia confessou que também está se realizando ao sair pela primeira vez no Ilê. "Não sei dizer direito o que estou sentindo. Ontem [sexta-feira], quando vesti a fantasia liguei para ela [Regina] e disse: Não precisamos de mais nada. Me senti linda, maravilhosa. Estou muito feliz", explicou ela.

Quem também chegou cedo na concentração para subir a Ladeira do Curuzu foi seu Marival Ferreira, 70. Ele lembra que saiu no Ilê Aiyê pela primeira vez, em 1974, ano de fundação do Bloco Afro, que este ano, celebra 50 anos de existência e resistência. De lá para cá, em meio a alguns intervalos, o aposentado revela que já se vão 20 anos de Carnaval ao som dos tambores do Ilê.
"Amo! O Ilê para mim é inspiração, minha cor. Só em falar, me arrepio todo. E, quando sobe a Ladeira [Curuzu], piora. Choro e tudo. Choro, quando não posso sair também. Nunca mais vou deixar de sair, só quando estiver no caixão", disse o senhor, com os olhos marejados.
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