CARNAVAL
Policiais questionam transparência em sorteio da abadás
Militares ouvidos pelo Portal A TARDE cobram mais nitidez no processo
Por Anderson Ramos

Policiais militares questionam a transparência no sorteio de abadás para o Espaço Folia, camarotes exclusivos da Polícia Militar no Carnaval de Salvador, nos Circuitos Dodô (Barra/Ondina) e Osmar (Campo Grande).
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Para cada um dos seis dias de festa, foram sorteados 200 abadás, com cada contemplado tendo direito a levar um acompanhante. Porém, ao Portal A TARDE, agentes da corporação cobraram mais nitidez no processo.
“Tenho quase 20 anos de serviço, nunca fui sorteada e nem conheço ninguém que tenha sido contemplado”, disse uma militar em condição de anonimato. “Tento há pelo menos 10 anos e nunca consegui. Realmente não sei qual é o critério que eles adotam. Parece cartas marcadas”, disse um outro militar.
Outros agentes ouvidos pela reportagem levantam a possibilidade de extravio dos abadás e citam episódios recentes para embasar a teoria. Na última quinta-feira, 27, um homem foi preso após ser flagrado vendendo ilegalmente camisas para o camarote em shopping. O indivíduo foi então identificado, abordado e detido. Com ele, foram encontradas quatro camisas e uma máquina de cartão.
Um outro episódio, desta vez mais grave, aconteceu em 2023, quando o tenente-coronel Ricardo Feigl Câmara foi um dos sorteados. O problema é que o militar foi encontrado morto em setembro de 2017, no bairro de Periperi, em Salvador, aos 66 anos de idade.
“Isso vem acontecendo há tempos. Boa parte das pessoas que estão nos camarotes sequer são policiais. Não há nenhum tipo de controle para o acesso, basta ter o abadá para entrar. Quem é policial e tem o direito fica só na vontade”, relatou outro militar.
Em nota, a PM-BA informou que casos envolvendo pessoas flagradas comercializando ou utilizando camisas de forma indevida estão sendo devidamente apurados, com a adoção das medidas legais cabíveis. A corporação reforça que até o momento duas prisões já foram realizadas em razão dessas condutas.
A PM baiana também garantiu a lisura do projeto e assegurou que atua para que os acessos sejam destinados exclusivamente ao público previsto, nos termos do seu regulamento.
Veja a nota na íntegra:
A Polícia Militar da Bahia esclarece que o Projeto Espaço Folia é uma ação social sem fins lucrativos, criada com o objetivo exclusivo de atender aos policiais militares, seus familiares, convidados e patrocinadores. O acesso ao espaço é restrito a esse público, sendo expressamente vedada a comercialização das camisas que garantem o ingresso ao local — informação que, inclusive, consta de forma destacada nas próprias camisas.
A PMBA repudia qualquer prática irregular nesse sentido e informa que casos envolvendo pessoas flagradas comercializando ou utilizando camisas de forma indevida estão sendo devidamente apurados, com a adoção das medidas legais cabíveis. Até o momento, inclusive, duas prisões já foram realizadas em razão dessas condutas.
Reafirmamos nosso compromisso com a lisura do projeto e seguimos firmes na missão de garantir que o Espaço Folia cumpra seu propósito social, assegurando que os acessos sejam destinados exclusivamente ao público previsto, nos termos do seu regulamento.
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