ANTES DE CANNES
5 momentos que fizeram de Wagner Moura um gigante do cinema
Baiano venceu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes 2025 e se firma como um dos maiores nomes do cinema
Por Bianca Carneiro

A Bahia fez história neste sábado, 24. O ator Wagner Moura conquistou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes 2025 por sua atuação em O Agente Secreto, longa de Kleber Mendonça Filho. A vitória inédita para o Brasil consagra uma carreira marcada por papéis icônicos, tanto na dramaturgia nacional, quanto em produções internacionais.
Com a performance elogiada por publicações como The Hollywood Reporter, Deadline e Première, Moura agora entra também no radar do Oscar 2026, onde o filme já figura como possível candidato.
Para celebrar esse feito histórico, o Cineinsite A TARDE relembrou cinco obras essenciais que mostram a versatilidade, o talento e o comprometimento artístico de Wagner Moura com narrativas provocadoras, políticas e humanas.
Confira:
1. Narcos (2015 e 2017) – Netflix

Foi com a série da Netflix que Wagner Moura alcançou projeção global. Ao interpretar Pablo Escobar, o ator mergulhou na complexidade de um dos personagens mais controversos da história recente. O papel lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro e mostrou ao mundo a força dramática do seu trabalho. Mesmo falando em espanhol, Moura dominou a cena com nuances, presença e carisma.
"Eu não era a escolha óbvia para interpretar esse personagem. Eu não falava espanhol. Sou brasileiro, então tive de aprender o idioma e ir para a Colômbia antes de todo mundo [da série]", disse o ator em uma entrevista.
Onde assistir: Netflix
2. Tropa de Elite (2007 e 2010) – Direção de José Padilha

Nenhum outro personagem marcou tanto o imaginário brasileiro quanto o Capitão Nascimento, vivido com intensidade pelo baiano. Tropa de Elite se tornou um fenômeno cultural e político, e os dois filmes se tornaram recordes de bilheteria do cinema nacional. A atuação rendeu diversos prêmios no Brasil e consolidou Moura como ícone de uma geração de atores comprometidos com o realismo, sem contar a parceria com José Padilha, mesmo diretor de Narcos.
Onde assistir: Os filmes estão distribuídos nas plataformas Netflix, Globoplay, Max e Amazon Prime Video
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3. Trash – A Esperança Vem do Lixo (2014) – Direção de Stephen Daldry

Neste drama social rodado no Brasil por uma equipe internacional, Moura interpreta um dos adultos que cruzam o caminho de três meninos catadores de lixo em uma favela. O filme, baseado em livro de Andy Mulligan, tem roteiro de Richard Curtis (Simplesmente Amor) e direção do britânico Stephen Daldry. Moura é o elo que dá gravidade e contexto político à narrativa de esperança e denúncia. Destaque para a atuação ao lado de Selton Mello, outro destaque do cinema brasileiro com Ainda Estou Aqui.
Onde assistir: Disponível para aluguel na Apple TV+, Google Play Filmes e Amazon Prime Video
4. Ladrões de Drogas (2025) – Produção executiva de Ridley Scott

Em mais uma produção internacional de destaque, Wagner Moura interpreta Manny, um imigrante brasileiro vivendo nos Estados Unidos, que, ao lado do amigo Ray (Brian Tyree Henry), comete assaltos a traficantes disfarçado de agente do DEA, a famosa polícia antidrogas americana também vista em Narcos. Mas o que poderia facilmente cair no estereótipo do latino envolvido com o crime vira, nas mãos de Moura, uma desconstrução poderosa e cheia de nuances. O ator faz questão de marcar a nacionalidade do personagem em cena, reforçando sua identidade:
Todo personagem que eu faço aqui, eu boto pra ser brasileiro porque eu sou brasileiro. E o Brasil é um país importante no fluxo migratório para os Estados Unidos. É muito raro alguém que escreva um personagem aqui para ser originalmente brasileiro. Então eu quero que seja porque eu sou assim, eu falo desse jeito e com esse sotaque brasileiro. Eu quero que o Brasil seja representado nos personagens que eu faço
Onde assistir: Apple TV+
5. Saneamento Básico, O Filme (2007) – Direção de Jorge Furtado

Mostrando sua versatilidade também na comédia, no mesmo ano do baianíssimo Ó Paí, Ó, Moura interpreta Joaquim, um técnico de som atrapalhado que ajuda uma pequena comunidade a filmar um falso documentário para conseguir verbas públicas. A crítica social embutida no humor e a leveza da atuação mostraram um lado diferente de Wagner Moura, provando que ele também brilha fora do drama pesado. Destaque para a parceria com Fernanda Torres, estrela de Ainda Estou Aqui.
Onde assistir: Netflix e Globoplay
Bônus: Marighella (2019)

Na sua estreia como diretor de longa-metragem, Wagner Moura apresenta um retrato de Carlos Marighella, político, poeta e guerrilheiro que se tornou símbolo da resistência contra a ditadura militar no Brasil. Com um elenco de peso, liderado por Seu Jorge, o filme conta ainda com Humberto Carrão e Bruno Gagliasso em papéis marcantes.
Ambientado em um dos períodos mais sombrios da história recente do país, Marighella acompanha a trajetória do líder revolucionário na tentativa de romper o cerco da censura e mobilizar a população contra o regime opressor. A cinebiografia é também um grito político que denuncia os abusos do passado e dialoga com o presente.
Onde assistir: Globoplay e Amazon Prime Video
Menção honrosa: Ó Paí, Ó (2007)

Seria difícil finalizar a lista sem mencionar um filme tipicamente baiano, no qual Wagner contracena ao lado do seu grande amigo, Lázaro Ramos. Ambientado no coração do Pelourinho, em Salvador, Ó Paí, Ó é um marco do cinema brasileiro que mistura comédia, música e crítica social com forte sotaque baiano. Moura, mesmo em um papel coadjuvante, reforça sua ligação com a Bahia, sua terra natal, e com o Bando de Teatro Olodum, grupo responsável pela peça original que inspirou o filme. A atuação coletiva, a trilha sonora coordenada por Caetano Veloso e a ambientação no Centro Histórico tornam Ó Paí, Ó uma verdadeira celebração da brasilidade.
Onde assistir: Globoplay e Amazon Prime Video
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