VAI ENCARAR?
A série de terror da Netflix que tem a cena mais perturbadora da TV
Produção inspirada em Edgar Allan Poe marcou a despedida de gênio do streaming

Por Beatriz Santos

Encerrando sua parceria com a Netflix, Mike Flanagan apostou em um terror mais ousado e visualmente impactante em A Queda da Casa de Usher. Com apenas oito episódios, a minissérie reimagina o universo de Edgar Allan Poe como uma tragédia contemporânea sobre ambição, poder e consequências, e rapidamente se tornou uma das produções mais comentadas do catálogo.
Depois de se consolidar com títulos como A Maldição da Residência Hill e Missa da Meia-Noite, Flanagan apresenta a queda gradual da família Usher, em uma narrativa em que cada herdeiro enfrenta um destino diretamente ligado a falhas morais e escolhas pessoais.
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Ao longo da temporada, as mortes dialogam com contos clássicos de Poe, como Os Assassinatos da Rua Morgue, O Gato Preto, O Coração Delator e O Poço e o Pêndulo.
Premissa da série
Em A Queda da Casa de Usher, acompanhamos a trajetória dos irmãos Roderick (Bruce Greenwood) e Madeline Usher (Mary McDonnell), herdeiros de uma das dinastias mais poderosas dos Estados Unidos.
Responsáveis por transformar a farmacêutica Fortunato em um império sustentado por privilégios, luxo e influência, eles agora se veem no extremo oposto do sucesso: isolados, gravemente doentes e cercados por ruínas físicas e morais.
A mansão que um dia simbolizou poder e prosperidade tornou-se um espaço marcado pela decadência, pela podridão e por segredos enterrados ao longo de décadas.
À medida que uma morte misteriosa dá início a uma sucessão de tragédias, os Usher passam a ser confrontados por uma mulher enigmática ligada ao passado da família. Presos às consequências de suas próprias escolhas, os irmãos precisam encarar verdades que vêm à tona — e que ameaçam destruir, de forma definitiva, o legado que construíram.
A sequência perturbadora que virou assunto
Apesar da sucessão de episódios marcantes, nenhuma cena causou tanto impacto quanto a primeira grande morte da série. Inspirada em A Máscara da Morte Rubra, a sequência mostra uma festa que termina em caos quando uma chuva de ácido atinge os convidados. O momento se tornou um dos mais comentados da produção e seguiu repercutindo mesmo após o final da temporada.
Para dar vida ao episódio, a produção contou com a Fuse VFX, responsável por planejar cada etapa do efeito visual. Em entrevista de 2020, o artista Marshall Krasser explicou que cabia “ao departamento de edição descobrir a progressão e o tempo dos danos e da intensidade da fumaça do ácido”, com os planos principais sendo criados antes de “preencher as lacunas”.
Segundo Krasser, a fumaça precisava ser leve e rendilhada, já que um efeito fantasmagórico não funcionaria naquele contexto. A equipe chegou a usar como referência inicial “ácido sendo derramado sobre uma perna de frango crua”, mas precisou buscar outros materiais.
Ele brincou que supervisores de VFX “talvez fossem parar na cadeia, com a chave jogada fora” se alguém monitorasse pesquisas online por “corpos queimados por ácido e outras queimaduras químicas em humanos”. A ideia era entregar “os 6 minutos mais perturbadores da TV“.
O resultado ajudou a transformar A Queda da Casa de Usher em um dos projetos mais lembrados de Flanagan. Com uma abordagem mais direta do horror do que em trabalhos anteriores, a série marcou sua despedida da Netflix com uma sequência difícil de esquecer, e seis minutos que entraram para a história recente do terror na televisão.
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