Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > CINEINSITE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

FILME BAIANO

Com projeto de animação, cinema baiano participa do Brasil CineMundi

Premiada no Panorama Internacional Coisa de Cinema com Como Nasce um Rio, diretora baiana apresenta novo projeto

João Paulo Barreto* | Especial para A TARDE

Por João Paulo Barreto* | Especial para A TARDE

26/09/2025 - 19:30 h
No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma Flôres e de Isadora Bove
No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma Flôres e de Isadora Bove -

Vencedora do prêmio de Melhor Curta Metragem Nacional da edição deste ano do Panorama Internacional Coisa de Cinema com o seu trabalho mais recente, o belo Como Nasce um Rio, a diretora baiana Luma Flôres inicia uma trajetória promissora nessa 16ª edição do Brasil CineMundi, evento de mercado e coprodução que acontece até este domingo durante a 19º edição da Mostra de Cinema de Belo Horizonte - CineBH.

Na capital mineira, ao lado da produtora Flávia Santana, da Mulungu Realizações Culturais, a cineasta apresenta, dentro das atividades do CineMundi, o projeto de seu primeiro longa-metragem.

Tudo sobre Cineinsite em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

Leia Também:

Batizado de No Meio de Tudo, o documentário em animação que ainda está em fase inicial de produção, trará um registro singular da vida na Chapada Diamantina.

“O filme parte de um gesto simples: avistar uma casa solitária no horizonte e imaginar quem mora ali. A proposta é construir, a partir de encontros com moradores de zonas rurais da Chapada, uma reflexão poética sobre solidão, pertencimento e as múltiplas formas de habitar o mundo. Queremos ouvir como a solidão é vivida nesses territórios afastados”, destaca a cineasta em entrevista ao A TARDE.

“A Chapada Diamantina é um espaço onde estou presente desde a infância. Um lugar para onde estou sempre viajando. Em uma dessas viagens, tive esse sentimento ao avistar essas casinhas na estrada e ficar me perguntando quem vive ali, como é viver ali. O desejo de fazer esse filme vem dessa presença naquele lugar”, complementa Luma Flôres ao abordar a origem do longa.

No Meio de Tudo é um projeto que vai mesclar relatos reais de pessoas que vivem na região, suas histórias de vida, com a animação. “O elemento documental da animação são as vozes dessas pessoas. É o áudio que permeia todo o filme. A partir desses áudios, vamos criar toda a narrativa visual”, explica a diretora.

“Tudo parte dessas conversas...inclusive na questão da paisagem sonora e de todo o som do filme, queremos, também, tentar trazer o máximo desses registros feitos lá. Queremos ouvir como a solidão é vivida nesses territórios afastados. Partimos da hipótese de que, para algumas pessoas, ela pode ser compreendida de maneira distinta daquela experimentada nas grandes cidades – possivelmente como algo mais habitável, em diálogo com o silêncio e a presença da natureza. Os relatos captados em áudio guiarão a narrativa, entremeados por atmosferas sonoras, pausas e silêncios”, define Luma.

Caminhos abertos

Tendo seu início na área das animações há oito anos como ilustradora, Luma pontua que, atuando nessas funções, as oportunidades de trabalho em diversos projetos foram surgindo.

Um deles, o também premiado curta-metragem baiano Jussara, da diretora Camila Ribeiro, atinou essa vontade de assinar seu primeiro trabalho de direção. “Sem dúvida, esses projetos me ensinaram muito, principalmente o Jussara. Porque era um projeto com uma equipe e um orçamento reduzidos. Passei por quase todas as etapas. Desde storyboard, gestão dos animadores. Foi um filme no qual eu pude fazer um pouquinho de cada fase, como design de personagens, pintura de cenários, a própria animação. E no momento de exercer essa função da direção em meu próprio filme, acho que já estava conhecendo mais um pouco de cada parte do processo”, comemora Luma.

“Depois de Jussara, me deu a sensação de que era possível produzir um filme. Na minha cabeça isso era algo muito distante. Eu tinha interesse pela área da animação, mas não sabia muito bem como fazer. Então, depois que finalizamos o filme, principalmente depois começamos a circular em festivais muito importantes aqui no Brasil, me deu essa inspiração e essa vontade de contar, também, minhas próprias histórias”, afirma a diretora.

Roteiro e produção

No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma e de Isadora Bove, moradora da Chapada Diamantina que já iniciou o processo de busca dos personagens reais cujas histórias vão compor a parte documental do filme.

“A Isadora, por já morar lá, tem conseguido fazer essa pesquisa prévia, e nós estamos incorporando isso ao projeto que estamos levando para o Brasil CineMundi. A Isadora é parte bem importante nessa construção do filme”, pontua a diretora.

Ao ler a descrição da proposta do projeto, é perceptível o potencial narrativo e imersivo da animação a partir da sua linguagem. A própria Luma destaca, confirmado que a mesma “é um recurso central, permitindo traduzir sensações, subjetividades e metáforas visuais que expandem o real. O projeto pretende provocar perguntas mais do que oferecer respostas. Como habitamos os silêncios? O que aprendemos com quem vive longe do centro? Que histórias vivem escondidas atrás de uma casa no meio da estrada?”, argui a diretora.

“As histórias não serão organizadas em linha reta, mas entrelaçadas por ecos, contrastes e afetos, compondo uma narrativa fragmentada, onde a natureza e gestos do cotidiano ganham protagonismo”, explica.

No Meio de Tudo é um projeto que vai mesclar relatos reais de pessoas que vivem na região
No Meio de Tudo é um projeto que vai mesclar relatos reais de pessoas que vivem na região | Foto: Divulgação

O encontro com a experiente produtora Flávia Santana, da Mulungu Realizações Culturais, tornou essa parte da produção menos complicada para Luma. “No Meio de Tudo é o primeiro longa de animação que eu estou me envolvendo como produtora. Já tinha trabalhado em projetos que mesclavam animação e live action, como Menina Espoleta e Os Super-Heróis Secretos (2023)”, relembra Flávia.

“Como Nasce um Rio foi a primeira animação que trabalhei acompanhando todo o processo. E foi um grande aprendizado. Um novo universo se abriu e fiquei encantada. Então, naturalmente, esse universo, essa forma de produzir animação, me chamou muito a atenção”, destaca a produtora ao abordar o premiado curta Como Nasce um Rio, que em junho foi exibido no festival de Tribeca, em Nova York, com curadoria da atriz Whoppi Goldberg.

Luma Flôres com Whoppi Goldberg
Luma Flôres com Whoppi Goldberg | Foto: Divulgação

Veterana em participações com outros projetos apresentados no Brasil CineMundi, Flávia Santana abordou a relevância do evento de mercado que acontece dentro do CineBH.

“É um evento muito importante para nosso mercado audiovisual. Porque, enquanto produtoras, ficamos muito nesse lugar de visualizar os espaços de mercado para se conectar com pessoas, profissionais, produtoras, investidores de fora. Para isso, precisamos nos deslocar para outros países, para encontros de mercado no exterior. O Brasil CineMundi traz uma oportunidade muito especial de conhecermos quem está produzindo mundialmente e, sobretudo, quem está interessado em conhecer as produções brasileiras e se associar a elas”, afirma a produtora.

“Acho que é um espaço muito bem pensado e articulado. A gente sempre se coloca em um lugar de muita escuta para ouvir também, e saber como é que chega para essa pessoa que está em um outro lugar, com uma outra dimensão e com outra forma de pensar e produzir cinema, mas de alguma forma se conecta com a forma como pensamos e produzimos cinema aqui. Então, acho que é uma oportunidade muito frutífera, muito interessante para essas produções, sobretudo da Bahia”, finaliza a produtora.

*O jornalista viajou para Belo Horizonte a convite da Universo Produção.

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

cinema filme

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma Flôres e de Isadora Bove
Play

Estrela de Hollywood apoia Trump e enfrenta críticas por racismo e machismo

No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma Flôres e de Isadora Bove
Play

Globo pede desculpas a Fernanda Torres após atitude com Oscar; entenda

No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma Flôres e de Isadora Bove
Play

Globo de Ouro: reação de atrizes que perderam para Fernanda Torres surpreende

No Meio de Tudo conta com roteiro de Luma Flôres e de Isadora Bove
Play

VÍDEO: Fernanda Torres chega ao tapete vermelho do Globo de Ouro

x