MÚSICA
Essa é a melodia mais famosa do cinema e está completando 59 anos
Uma das trilhas sonoras mais icônicos da história esconde origens inesperadas e um impacto cultural difícil de medir

Por Beatriz Santos

A trilha sonora de Três Homens em Conflito, uma das obras-primas de Sergio Leone, completa 59 anos como um dos sons mais reconhecíveis já criados para o cinema.
Composta por Ennio Morricone, a pequena melodia concebida para evocar o uivo de um coiote atravessou gerações e ultrapassou o próprio gênero faroeste que a apresentou ao mundo.
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Uma cidade silenciosa, uma forca montada e um som que surgiria para sempre
O cenário é uma pequena cidade do Velho Oeste. Moradores se reúnem diante da forca montada para assistir ao enforcamento de Tuco. Nada, porém, sai como planejado.
Do alto de um celeiro, uma nuvem de fumaça escapa discretamente, enquanto a silhueta de um homem emerge da escuridão tragando um cigarro. É nesse momento que a melodia, quase tímida, toca pela primeira vez, e não deixará mais o público em paz.
Criada antes mesmo das filmagens, a composição foi utilizada por Leone no set, o que encantou os atores e definiu o tom do clássico.
Clint Eastwood, tranquilo e sem demonstrar nervosismo, ergue seu rifle e dispara alguns tiros certeiros que rompem a corda da forca. O gesto surpreende a multidão e anuncia o início de um dos maiores faroestes da história.
Ao mesmo tempo, o tema assinado por Morricone sela sua consagração como um ícone absoluto. Assim como os temas principais de Star Wars ou James Bond, a melodia se tornou imediatamente reconhecível, representando tensão, duelo, confronto e tudo aquilo que o imaginário coletivo relaciona ao Velho Oeste.
Uma criação que ultrapassou o cinema e se tornou universal
Mesmo quem nunca assistiu ao filme sabe, ou já tentou reproduzir assoviando, as célebres notas compostas por Morricone.
A obra extrapolou o universo do faroeste para se instalar no cotidiano, em memes, trilhas de vídeo, comerciais e cenas de conflito imaginadas por qualquer pessoa ao redor do mundo. A composição não apenas marcou sua época, mas abriu caminho para uma presença cultural permanente e universal.
Compositor de toda a Trilogia dos Dólares, além de títulos como Era Uma Vez no Oeste, Meu Nome é Ninguém, Cinema Paradiso, Os Intocáveis e A Missão, Ennio Morricone redefiniu a música de cinema ao lado de Sergio Leone.
Desde 1958, quando comentou publicamente sobre sua parceria e sobre o método de trabalho que unia maestro e cineasta, Morricone já demonstrava a força de uma colaboração rara, uma união que não só moldou a estética do faroeste, como entrou para a história da arte audiovisual.
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