POLÊMICA
Filme sobre Bolsonaro escala ator que interpretou Jesus para o papel
Produção aposta em reconstrução polêmica do atentado de 2018 e escala ator marcado por controvérsias para o papel principal

Por Beatriz Santos

Um filme estadunidense sobre Jair Bolsonaro, que foi preso preventivamente nesse sábado, 22, após tentar violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, está sendo rodado em São Paulo e promete revisitar momentos decisivos da campanha presidencial de 2018.
A produção, intitulada Dark Horse (O Azarão), reconstrói o atentado de Juiz de Fora e adota uma narrativa que, segundo a equipe, pretende retratar o ex-presidente como um “improvável vencedor” dentro de uma narrativa "heróica".
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As gravações começaram em outubro, na capital paulista, e seguem sob forte esquema de sigilo.
Segundo informações do Estadão, Dark Horse parte da reconstituição ficcional do ataque em Minas Gerais e amplia o escopo ao prometer abordar o passado militar de Bolsonaro, ações ligadas ao combate ao tráfico e até tentativas de assassinato ficcionalizadas, supostamente ordenadas pelos mesmos mandantes do atentado real.
O roteiro, escrito por Mário Frias, também inclui a ascensão política dramática do então candidato. O autor do ataque, Adélio Bispo, aparecerá com nome fictício.
Quem é o ator escolhido
O protagonista será Jim Caviezel, ator norte-americano conhecido mundialmente por interpretar Jesus em A Paixão de Cristo, de Mel Gibson.
A escolha repercutiu imediatamente pelo histórico recente do artista, que se tornou figura frequente em conferências como a Health and Freedom Conference, em Tulsa, e a Patriot Roundup, nas quais difundiu teorias conspiratórias.

Nos últimos anos, Caviezel fez declarações envolvendo uma suposta “elite global” responsável por sequestro de crianças e extração de adrenocromo, assunto frequentemente associado ao QAnon.
Em discursos públicos, citou números como “milhares de crianças desaparecem por ano” e chegou a mencionar “5 milhões de crianças por ano”, sem apresentar fontes verificáveis.
O ator também afirmou que vacinas contra a Covid-19 seriam uma “terapia genética” parte de um plano de despovoamento. Em outras falas, relacionou imigração, aborto e debates de gênero à ideia de uma tentativa organizada de destruir a chamada “civilização cristã ocidental”.
Elenco, direção e estrutura internacional
Além de Caviezel, o elenco já confirmado inclui Marcus Ornellas como Flávio Bolsonaro, Sérgio Barreto como Carlos Bolsonaro e Eddie Finlay como Eduardo Bolsonaro.
A direção é assinada pelo americano Cyrus Nowrasteh, conhecido por produções de temática religiosa e dramas políticos, como O Apedrejamento de Soraya M. (2008) e O Jovem Messias (2016).
Dark Horse começou a ser filmado em São Paulo e deverá seguir para gravações nos Estados Unidos e no México.
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