ANÁLISE
'Moana 2' expande o legado de aventura e ancestralidade da Disney
Longa estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira; Cineinsite já viu
Por Beatriz Santos*
Dar continuidade a um filme que marcou o público é um desafio para qualquer estúdio, especialmente quando o original é aclamado por seu impacto cultural e emocional, como foi o caso de 'Moana: Um Mar de Aventuras', lançado em 2016.
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O segundo capítulo dessa jornada marítima, 'Moana 2', que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 28, tem como missão não apenas ampliar o mundo apresentado anteriormente, mas também honrar a essência da protagonista que conquistou o público com sua coragem e determinação.
Três anos após devolver o coração de Te Fiti e salvar sua vila, Moana agora enfrenta um novo chamado: encontrar Motufetu, uma ilha lendária que conecta os povos do oceano. Guiada por um aviso ancestral de que a desunião ameaça a sobrevivência de sua vila, a jovem navegadora parte em uma jornada repleta de desafios, que mistura exploração, perigo e novas descobertas.
A trama reforça a evolução de Moana como personagem, agora reconhecida como uma jovem líder admirada e uma exploradora habilidosa. Ao longo da trama, ela reafirma que devolver o coração de Te Fiti foi apenas o início de uma jornada maior. Essa expansão do arco narrativo permite que a heroína amadureça e enfrente questões mais complexas, como a necessidade de unir povos com culturas distintas para proteger a harmonia no oceano.
No entanto, o filme não escapa de comparações inevitáveis com seu antecessor. Enquanto o primeiro longa se destacava por personagens profundamente relacionáveis e um propósito claro, Moana 2 sofre com a introdução de novos personagens que carecem de desenvolvimento.
Entre eles estão Matangi — “vilã” extremamente mal aproveitada — , monstros e o antagonista principal, Nalo, um deus que enxerga a desunião como forma de fortalecer seu poder. Embora novos personagens ajudem a trazer dinamismo às cenas de ação, o excesso de elementos “soltos”, muitas vezes, enfraquecem a conexão emocional com o público.
A inclusão da irmã mais nova de Moana é um exemplo de uma adição que, apesar de promissora, não tem um impacto substancial na narrativa. Além de sua irmã, Moana embarca em sua aventura com novos amigos: Loto, uma engenheira energética, Kele, um fazendeiro ancião, e Moni, um superfã do semi-deus Maui. Esses personagens, apesar de carismáticos, foram usados apenas como alívio cômico, e não foram bem desenvolvidos como indivíduos com motivações próprias, existindo no longa apenas como acessório para Moana e sua aventura.
Mesmo com sua família aparecendo em tela por pouco tempo, o respeito mútuo entre eles é mais evidente, marcando uma evolução importante na dinâmica familiar de Moana, com seus pais confiando mais em suas capacidades, mas com seu pai mantendo o sentimento de preocupação com a segurança de sua filha.
Já a relação entre Moana e Maui é um dos destaques positivos: com respeito e admiração mútuos, os dois formam uma dupla coesa que conduz grande parte da aventura com bastante carisma.
Visualmente, Moana 2 é um espetáculo que eleva o padrão da animação Disney. O avanço tecnológico é evidente, com uma movimentação mais fluida e realista dos cabelos, detalhes impressionantes na água e paisagens que beiram o fotorealismo sem perder o toque de fantasia.
A trilha sonora, agora composta por Abigail Barlow e Emily Bear, mantém o espírito musical do primeiro filme, embora careça de músicas tão marcantes quanto “How Far I’ll Go”. A faixa “Beyond” se destaca como um hino de autodescoberta, mas outras canções acabam se perdendo na memória do espectador.
A sequência de 'Moana' começou como um projeto para uma série no Disney+, mas tomou proporções inesperadas, levando a Disney a repensar sua estratégia e transformá-la em um filme para os cinemas. Essa transição exigiu ajustes significativos, com diversos arcos e momentos musicais originalmente planejados sendo reduzidos ou eliminados para concentrar o foco na narrativa central da jornada de Moana.
Com tantos elementos e personagens novos, o roteiro sofre com a falta de tempo para desenvolver adequadamente todos os seus arcos, o que torna alguns momentos apressados. A decisão da Disney de reduzir significativamente a narrativa para se encaixar na duração de 1h40m pode não ter sido o ideal para uma história que possuía o potencial de ser extremamente rica em detalhes e personagens.
Apesar dessas limitações, 'Moana 2' continua sendo uma celebração de amizade, família, trabalho em equipe e ancestralidade. O retorno de personagens queridos como Maui, Hei Hei e os temidos — mas cômicos — “coquinhos” ou Kakamoras garantem momentos de nostalgia e humor, enquanto a mensagem sobre união e preservação cultural reforça a importância de exaltar culturas minoritárias nas telonas.
Embora não alcance o impacto emocional do primeiro filme, 'Moana 2' possui um épico visual que reafirma a relevância da personagem como símbolo de liderança e conexão com suas raízes. A cena pós-créditos, que sugere mais aventuras à frente, é um lembrete de que a história de Moana ainda não chegou ao fim — e que ela continuará a navegar pelos corações do público.
'Moana 2' estreia nos cinemas brasileiros dia 28 de novembro. Assista ao trailer:
Veja onde assistir Moana 2 em Salvador
*Sob supervisão de Bianca Carneiro
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