MALDIÇÃO?
O filme de terror que usou esqueletos reais e é 'amaldiçoado' até hoje
Dirigido por Tobe Hooper, o filme foi lançado em 1982

Por Edvaldo Sales

A reputação do filme 'Poltergeist – O Fenômeno' (1982) ultrapassou o impacto de suas cenas icônicas. Dirigido por Tobe Hooper, o longa acumulou histórias sobre uma suposta “maldição”, alimentada por mortes prematuras envolvendo membros do elenco.
A tragédia mais lembrada é a de Heather O’Rourke, estrela mirim da franquia, que morreu em 1988, aos 12 anos, vítima de estenose, pouco depois de concluir 'Poltergeist III – O Capítulo Final'. Antes dela, Dominique Dunne, intérprete de Dana, foi assassinada cinco meses após o lançamento do filme original. Também faleceram Julian Beck, de 'Poltergeist II – O Outro Lado', em decorrência de um câncer, e Will Sampson, que morreu após complicações cirúrgicas.
Esses episódios ajudaram a moldar o imaginário popular em torno da produção, mas foi um detalhe de bastidores que consolidou a aura macabra em torno da obra: a famosa sequência em que JoBeth Williams cai em uma piscina lamacenta repleta de esqueletos.
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Os bastidores por trás da cena
Anos depois, Williams revelou que os ossos usados na filmagem eram reais. Em entrevista ao programa TV Myths and Legends, ela contou que a cena levou cinco dias para ser concluída e que só depois a equipe descobriu que “eles estavam usando esqueletos de verdade, porque fazer esqueletos de borracha era muito caro”.
A informação foi confirmada pelo maquiador Craig Reardon, que testemunhou sob juramento que os esqueletos eram humanos. Apesar disso, o profissional rejeitou qualquer associação entre os adereços e as tragédias que marcaram o elenco. Para ele, é “pessoalmente ofensivo” sugerir que ossadas utilizadas como objetos de cena pudessem ter relação com mortes reais.
Reardon também contextualizou a prática, explicando que o uso de esqueletos verdadeiros era comum no cinema até então: “Esqueletos humanos são usados em filmes há muitos e muitos anos. […] A Casa dos Maus Espíritos usou um esqueleto de verdade”, afirmou, mencionando ainda 'Frankenstein' (1931), onde o esqueleto em cena também pertencia a uma pessoa de verdade.
A discussão ética que segue viva
O debate sobre a origem e o uso de restos humanos na indústria audiovisual continua atual. Uma reportagem do HuffPost de 2023 lembrou que não há regulamentação específica nos Estados Unidos para a compra e venda desses materiais para fins educacionais — brecha que permitiu, por anos, a negociação entre empresas do setor e os estúdios de cinema.
Embora a prática tenha se tornado menos comum com a evolução dos efeitos especiais, especialistas e historiadores do cinema acreditam que muitos dos esqueletos extremamente realistas vistos em produções antigas eram, de fato, de pessoas reais.
Quatro décadas após seu lançamento, Poltergeist segue despertando fascínio não apenas por seu terror sobrenatural, mas também pelos mistérios — reais ou imaginados — que cercam seus bastidores.
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