Busca interna do iBahia
HOME > CINEINSITE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

MOSTRA

Os filmes que mudaram o cinema chegam em cópias raras a Salvador

Mostra As Origens do Cinema chega a Salvador com clássicos fundamentais

Redação

Por Redação

15/11/2025 - 10:43 h
Lembrada em mostra, Alice Guy-Blaché (1873-1968) é considerada a mãe do cinema
Lembrada em mostra, Alice Guy-Blaché (1873-1968) é considerada a mãe do cinema -

(Inclinações racistas à parte) Quando DW Griffith fez o primeiro close de personagem em O Nascimento de uma Nação (1915), a linguagem cinematográfica era um bebê recém-nascido. Até então, os cineastas que existiam na época pouco faziam com a câmera, com raras exceções (alô, Georges Meliés), limitando-se a posta-la à frente dos atores sobre um tripé, como um teatro filmado.

Se hoje, achamos normal a montagem entrecortada, travelings, closes e demais artifícios cinematográficos, foi porque lá atrás, pioneiros ousaram experimentar. Na Mostra As Origens do Cinema, uma parceria Cinematógrafo (leia-se Fabricio Ramos e Camele Queiroz) e Circuito Saladearte, vamos acompanhar como essa linguagem foi desenvolvida.

Tudo sobre Cineinsite em primeira mão!
Entre no canal do WhatsApp.

Com sessões ao longo de novembro e dezembro, a Mostra se inicia hoje, às 10h30, no Cine Daten Paseo, com a sessão especial “Alice Guy-Blaché” (1873-1968), que apresenta três obras, entre elas, dois curtas da pioneira artista francesa, considerada a primeira cineasta mulher.

Confira todos os filmes que estão passando em Salvador

Destaque para o belíssimo e sensível O Cair das Folhas (Falling Leaves, 1912), que narra a história de uma menina cuja irmã está prestes a morrer quando caírem as últimas folhas do outono. Para deter a tragédia, a pequena passa a amarrar, com barbantes, as folhas caídas de volta aos galhos — gesto de inocência e amor que revela a poesia silenciosa dos primeiros tempos do cinema.

Em dezembro, o ciclo prossegue com clássicos do expressionismo alemão, como O Gabinete do Dr. Caligari (1920), de Robert Wiene, e Nosferatu (1922), de F. W. Murnau; da vanguarda russo-soviética, como O Encouraçado Potemkin (1925), de Sergei Eisenstein, e Um Homem com uma Câmera (1929), de Dziga Vertov; além de obras do realismo poético francês e uma nova homenagem a Alice Guy-Blaché.

Leia Também:

“Voltar às origens do cinema é, para nós, reencontrar o impulso primeiro que nos move: a capacidade de se maravilhar diante da imagem”, define Camele Queiroz.

“Esta mostra nasce do desejo de dividir com o público o encanto que sentimos ao revisitar esses filmes fundamentais, ao revisitar essa história. Quando pensamos em As Origens do Cinema, pensamos também no que nos trouxe até aqui como Cinematógrafo. Há quase dez anos acompanhamos o público em descobertas, debates e reflexões – e essa mostra também celebra essa caminhada do Cinematógrafo e da Saladearte junto ao público”, acrescenta.

Espaço de experiência

Uma das primeiras pessoas a realmente contar uma história com a câmera em mãos, Guy-Blaché foi uma pioneira sob qualquer ângulo: como cineasta, como desenvolvedora da linguagem, como mulher. No entanto, é pouco lembrada. “Alice Guy-Blaché representa tudo aquilo que queremos afirmar: um cinema que nasce inventivo, sensível e livre”, observa Camele.

“Trazê-la de volta ao centro da história é um gesto simbólico importante. Penso que esta mostra é um convite para olhar o cinema como um espaço de experiência, descoberta e memória. Nada mais bonito do que revisitar esse começo ao lado do público de Salvador”, afirma.

Outra sessão fundamental, dedicada a Limite (1931), de Mário Peixoto, reafirma o compromisso do Cinematógrafo com o cinema brasileiro. Símbolo maior da vanguarda nacional e obra-prima do cinema mudo mundial, o filme representa o ponto alto da busca artística por uma forma puramente expressiva.

O ciclo também apresenta o nascimento dos grandes gêneros cinematográficos – a fantasia, o faroeste, o suspense e o burlesco –, revelando como os primeiros moldes narrativos definiram toda uma história do cinema.

Nas sessões dedicadas ao burlesco, com Charles Chaplin e Buster Keaton, o riso se torna arte: uma expressão de humanidade e graça que transforma o cotidiano em beleza.

Nas sessões de Fausto, de F. W. Murnau, e A Paixão de Joana d’Arc, de Carl Theodor Dreyer, o cinema alcança sua dimensão transcendente — entre o espírito e a matéria, a luz e a sombra, o humano e o divino. São obras que elevam a imagem a um estado de revelação, em que a arte do cinema toca o mistério.

“O ciclo Origens do Cinema interroga um nascimento, uma metamorfose: como o cinematógrafo, o aparato maquínico, mecânico, se converteu em cinema? Ou seja, em expressão artística?”, pergunta Fabrício Ramos.

“Antes de um retorno às origens, ou de uma viagem histórica, o ciclo propõe uma percepção: a de que o cinema, como uma espécie de magia, aciona afinidades ancestrais, fundamentais, de nossa sensibilidade diante do mundo. Por isso o cinema sempre será invenção, descoberta e presença no imaginário das pessoas“, conclui Fabrício.

Mostra ‘As Origens do Cinema’ /Início hoje, 10h30 /Saladearte Daten Paseo / Programação completa: @cinematografo_ssa

Siga o A TARDE no Google Notícias e receba os principais destaques do dia.

Participe também do nosso canal no WhatsApp.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

Alice Guy-Blaché Charles Chaplin Eisenstein

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Lembrada em mostra, Alice Guy-Blaché (1873-1968) é considerada a mãe do cinema
Play

Esse filme emocionante é apontado como maior obra-prima da Netflix

Lembrada em mostra, Alice Guy-Blaché (1873-1968) é considerada a mãe do cinema
Play

O filme de terror sobre a vida de Jesus que está causando polêmica

Lembrada em mostra, Alice Guy-Blaché (1873-1968) é considerada a mãe do cinema
Play

Truque de Mestre e mais: saiba o que assistir nos cinemas de Salvador

Lembrada em mostra, Alice Guy-Blaché (1873-1968) é considerada a mãe do cinema
Play

O novo filme da Netflix que já é considerado um dos melhores do ano

x