Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > CINEINSITE
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

ANÁLISE

Terror? Ação? Sci-fi? M3GAN 2.0 tenta tudo e não acerta em nada

Filme aposta em ação exagerada e abandona qualquer traço de medo ou tensão

Por Luan Julião

09/07/2025 - 9:00 h
Longa é dirigido por Gerard Johnstone
Longa é dirigido por Gerard Johnstone -

Dois anos após os eventos do primeiro filme, M3GAN 2.0 retorna com a proposta de continuar a história da boneca androide que marcou presença nas redes sociais pela estética estranha e pelas cenas de dança virais. No entanto, ao tentar expandir o universo da franquia, o longa dirigido por Gerard Johnstone se entrega a um caos de referências mal digeridas e se distancia de qualquer coerência narrativa.

Na trama, Gemma (Allison Williams), agora uma ativista que defende o uso responsável das inteligências artificiais por crianças, decide ressuscitar M3GAN para conter uma ameaça ainda maior: a IA militar Amelia, que se torna autoconsciente e ameaça a humanidade em escala global. A premissa, que flerta com o apocalipse tecnológico, promete tensão, mas entrega apenas confusão.

Ao contrário do primeiro filme, que mesmo com limitações tentava equilibrar terror com momentos de humor involuntário, M3GAN 2.0 se desconecta completamente do gênero de origem. A nova abordagem abandona o suspense e abraça um estilo de ação galhofa que remete a uma mistura genérica e malfeita de Missão Impossível e Matrix. As cenas de luta coreografadas de forma exagerada e os efeitos visuais sem impacto reforçam a impressão de que o filme não sabe o que quer ser e acaba não sendo nada.

>>> TODAS as sessões de cinema de Salvador

O roteiro, também assinado por Johnstone, salta entre gêneros com uma bagunça que vai da ficção científica ao suspense, da sátira à comédia pastelão. A tentativa de humor é especialmente desastrosa, baseando-se quase sempre em situações constrangedoras e piadas fora de tempo.

O terror, por sua vez, é completamente ausente: sem sustos, sem atmosfera, sem qualquer traço de tensão. Até o gore é evitado, numa tentativa clara de manter a classificação indicativa baixa.

Leia Também:

Discussão urgente, mas subaproveitada

Imagem ilustrativa da imagem Terror? Ação? Sci-fi? M3GAN 2.0 tenta tudo e não acerta em nada
| Foto: Divulgação

Mesmo a proposta sci-fi, que poderia render reflexões instigantes é superficial. A tecnologia é tratada com jargões soltos e soluções fáceis, tornando a trama um emaranhado de blá-blá-blá tecnológico sem consistência.

Ainda assim, entre tropeços e clichês, o filme chega a tocar, brevemente, em um ponto relevante: a urgência de regular as inteligências artificiais e os perigos da autorregulação sem controle externo. É uma discussão interessante, mas que dura pouco e desaparece no meio do caos narrativo.

Talvez o único momento realmente curioso do longa seja a referência direta à série dos anos 80 Super Máquina, que funciona como um respiro nostálgico para os mais velhos. No mais, o filme se contenta em apenas citar seus ídolos: há ecos mal articulados de Metrópolis, O Enigma de Outro Mundo e até do exagerado Lucy, de Luc Besson, mas nada que se sustente ou seja levado adiante com propriedade.

M3GAN 2.0 é um amontoado de ideias mal desenvolvidas, diálogos rasos e reviravoltas previsíveis. Para quem espera a continuidade do horror pop que conquistou o público no primeiro filme, a frustração é inevitável. O que se vê é uma obra sem foco, sem gênero definido, e que parece existir apenas para capitalizar em cima do viral sem entregar nada que justifique sua existência.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

cinema TERROR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Longa é dirigido por Gerard Johnstone
Play

Globo pede desculpas a Fernanda Torres após atitude com Oscar; entenda

Longa é dirigido por Gerard Johnstone
Play

Globo de Ouro: reação de atrizes que perderam para Fernanda Torres surpreende

Longa é dirigido por Gerard Johnstone
Play

VÍDEO: Fernanda Torres chega ao tapete vermelho do Globo de Ouro

Longa é dirigido por Gerard Johnstone
Play

"Malês" participa do Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil, em Salvador

x