A força transformadora da união estratégica da classe empresarial
Confira a coluna ACB em Foco

No dia 31 de março, representantes das principais associações comerciais e empresariais do país estarão reunidos na Associação Comercial da Bahia (ACB), para o primeiro Encontro Nacional de Integração do Associativismo, promovido pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Dentre os importantes temas do evento, teremos uma oportunidade única para debater grandes pautas de nação – aquelas que realmente estruturam e fortalecem a classe produtiva e o país como um todo.
Vale destacar que, nas últimas décadas, assistimos ao crescimento no número de sindicatos, associações e federações setoriais, cada uma defendendo seus interesses específicos. O transporte, por exemplo, se fragmentou em sindicatos de transporte granel, de combustíveis, de grãos, de autônomos, de químicos e tantos outros. O mesmo aconteceu com o agronegócio, o comércio e a indústria, em um cenário de segmentação que criou uma cultura de priorização de pautas particulares.
Leia Também:
Hoje, empresários e entidades de classe sofrem exatamente por essa visão fragmentada. Cada setor luta isoladamente por suas demandas, esquecendo-se do poder que teríamos se agíssemos coletivamente. Ao invés de sermos um bloco coeso e estratégico, estamos dispersos, cada qual com suas próprias batalhas, enquanto o Estado, com sua estrutura ineficiente e burocrática, nos impõe desafios cada vez maiores.
Proponho um chamado à consciência cidadã coletiva: não basta ser ativista setorial, é preciso ser estrategista de nação. Precisamos unir as associações, federações e confederações para pensarmos em pautas estruturais que fortaleçam o ambiente de negócios, reduzam entraves burocráticos e tributários e criem bases sólidas para o crescimento sustentável.
Sabemos que o Estado não resolverá nossos problemas diante dos constantes aumentos na carga tributária, insegurança jurídica e instabilidade das políticas econômicas, reflexos de um modelo que sobrevive do sacrifício da classe produtiva. Enquanto estivermos dispersos, continuaremos vulneráveis às decisões de governos que muitas vezes desconhecem a realidade do setor produtivo.
Assim como fazemos o planejamento estratégico das nossas empresas, precisamos aplicar esse mesmo raciocínio ao ativismo empresarial. Quais são nossas metas comuns? Onde estão nossas forças e fraquezas? Quais são as oportunidades e ameaças? Sem esse diagnóstico e uma ação coordenada, continuaremos apenas reagindo a crises, em vez de liderarmos as mudanças estruturais que tanto precisamos.
A classe produtiva brasileira é gigantesca e tem um poder de influência inegável. O que nos falta não é força, mas estratégia e unidade. Chegou o momento de deixarmos de lado a mentalidade fragmentada e construirmos um movimento empresarial coeso, com voz única e poderosa.
A hora é agora! Que o encontro do próximo 31 de março, aqui na Bahia, onde, em 1811, foram lançadas as bases do associativismo empresarial brasileiro, seja o passo inicial para estarmos mais unidos, fortes e estratégicos. Assim, podemos transformar o Brasil.
*Presidente da Associação Comercial da Bahia