Incertezas marcam Brasileirão e Libertadores em jogos decisivos
Tostão analisa oscilações de Vasco, Inter, Palmeiras, Cruzeiro e a seleção

Antes da goleada por 6x0 do Vasco sobre o Santos, as duas equipes tinham desempenhos e resultados parecidos no Brasileirão. Um conjunto de vários detalhes técnicos e imponderáveis determinou o placar. Não há nenhuma previsão confiável sobre como será o comportamento dos dois times até a final do campeonato. Tudo é incerto.
Assim como não compreendemos os motivos da queda do Inter neste ano em relação ao anterior, não entendemos bem qual é a razão do Palmeiras ganhar mesmo quando joga mal, como na vitória sobre o Botafogo por 1x0. Seria a força mental? Hoje, em casa, contra o Flamengo pela Libertadores e com a desvantagem de um gol, imagino que o Inter vai usar a estratégia de pressionar desde o inicio para recuperar a bola próximo do gol adversário e para não deixar que Jorginho e os dois zagueiros iniciem as jogadas ofensivas com ótimos passes, como é habitual.
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Ancelotti deveria ir ao estádio para assistir ao jogo, pois Leo Ortiz e o lateral esquerdo Alex Sandro provavelmente deverão ser chamados. Muitos pedem a convocação de Patrick do Inter, por ser um bom meia ofensivo centralizado, como o uruguaio Arrascaeta do Flamengo e Mateus Pereira do Cruzeiro. Os bons jogadores desta posição são importantes, porém excessivamente valorizados no Brasil.
Na Europa, cada vez mais, eles têm sido substituídos por meio-campistas que atuam de uma intermediaria a outra, que marcam, constroem e atacam. No Barcelona, Raphinha é um atacante pela esquerda, que se desloca, com frequência para o centro onde define as jogadas. Atuando desta maneira, Neymar, no time catalão, teve o melhor momento de sua carreira.
Dependência de centroavantes
Existe também no Brasil uma dependência dos clássicos centroavantes, ótimos finalizadores, altos e bons nas jogadas aéreas. Na vitória por 6x0 sobre o Santos, o Vasco percebeu que há outra ótima opção, sem a presença do artilheiro Vegetti. Evidentemente, os clássicos e ótimos centroavantes são importantes, como Lewandowski, Haaland e outros.
O centroavante mais completo do mundo é o inglês Kane, que faz muitos gols, se movimenta por todo ataque e dá excelentes passes. No Brasil, ele seria chamado de falso 9. É o verdadeiro 9.
Os grandes times deveriam ter maneiras diferentes de jogar de acordo com o momento e o adversário. Após o empate do Cruzeiro por 1x1 contra o Mirassol, resultado esperado, percebi que entre torcedores e comentaristas havia uma crítica amena, silenciosa ao treinador Leo Jardim, por ele não ter colocado Gabigol durante o segundo tempo. Esta crítica tem mais a ver com o passado brilhante do atacante do que com as atuações do jogador nas vezes em que foi escalado pelo treinador do Cruzeiro.
Leo Jardim tem a convicção de que não coloca Gabigol com frequência porque Matheus Pereira e Kaio Jorge estão muito bem, entrosados e por não ter gostado coletivamente do time nos poucos momentos em que os três jogaram juntos. Teoricamente, Matheus Pereira poderia ser uma opção, atuando de meia ponta direita, deslocando para o centro para armar as jogadas com seu pé esquerdo, como fazia muito bem Gerson no Flamengo.
O Cruzeiro continua entre os quatro primeiros, como deseja o técnico. Mas se a equipe perder posições, as críticas silenciosas se tornarão barulhentas.
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