O futebol pode dar saltos
Confira a coluna de Tostão: cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970
Na decisão da Copa do Brasil, Filipe Luís sabia que no segundo termpo o Atlético-MG arriscaria tudo. Daí a substituição de Gabigol pelo veloz Bruno Henrique, além da entrada posterior do rápido Plata. No contra-ataque, com bolas lançadas nas costas dos zagueiros adiantados, o Flamengo fez um gol e poderia ter feito outros. Quase todos os treinadores do mundo, incluindo os bons, não tirariam Gabigol por ele ser um goleador e pelo prestigio que tem.
Gabriel Militão, no segundo tempo, cometeu o erro frequente de muitos treinadores, incluindo os bons, de mudar demais os jogadores e a estratégia, na ânsia de ganhar o jogo. A equipe ficou confusa, perdida, que facilitou para o Flamengo.
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Evidentemente, não foram as condutas dos treinadores, nesta e na partida anterior, a única razão da conquista do título pelo Flamengo. Nós comentaristas temos o habito de achar um motivo mágico para explicar os resultados.
Gabigol será um ótimo reforço para o Cruzeiro, se for confirmada a contratação, embora o custo benefício seja discutível. Filipe Luís sabia de sua importância nos dois jogos decisivos, mas sabe que não da mais para ele continuar no Flamengo no próximo ano.
Quinta-feira a seleção brasileira enfrenta a Venezuela pelas eliminatórias da Copa do Mundo. Dorival deve manter a estrutura tática, com Raphinha pelo centro, próximo do trio de atacantes, formado por dois pontas e um centroavante.
No Barcelona, o treinador Hansi Flick escala Raphinha como um atacante pela esquerda, que entra com frequência pelo meio para formar dupla com Lewandowski. O meio campo do Barcelona é formado por um centro médio (volante) e dois meio-campistas (Olmo e Pedri), que fazem parte da seleção espanhola.
Uma das dificuldades de Vinícius Júnior na seleção é o fato de que o Real Madrid não possui um centroavante fixo. Vini e Mbapé ocupam este espaço, alternando as entradas em diagonal. Estes momentos são os que Vini mais brilha, com sua velocidade, habilidade e precisas finalizações. Na seleção, ele joga a maior parte do tempo aberto como ponta, onde há mais chances de ser marcado.
A seleção brasileira possui três excelentes pontas direitas: Luís Henrique, Estevão e Savinho. Qualquer um pode ser escalado e são muito parecidos na maneira de jogar. Inspiram-se no holandês Roben, canhoto, que tempos atrás, fascinou a todos jogando pelo Bayer com seus dribles para o centro e ótimas finalizações. Os três brasileiros aprenderam também a driblar para o lado e cruzar ou passar com o pé direito.
Segundo noticiários na Europa, Guardiola teria sido convidado pela CBF, que desmentiu. Porém, como o presidente da entidade disse anos atrás que estava certa a contratação de Ancelotti, o que não ocorreu, fica a dúvida. Dorival Junior está atento. Ele sabe que o time precisa evoluir para continuar até a Copa do Mundo.
Há outros treinadores na fila. O jovem Filipe Luís que, antes de assumir o Flamengo, recusou o convite para ser auxiliar de Dorival, poderá ser uma opção, mesmo com apenas nove jogos na carreira. Ao contrário do que disse o pragmático Parreira, a vida e o futebol podem dar saltos, pular etapas. O jovem Scaloni, que nunca tinha sido treinador, é campeão do mundo pela Argentina.