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Coluna do Tostão

Por Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 28 de agosto de 2024 às 9:53 h | Autor:

Ter ou não ter a bola

Confira a coluna de Tostão: cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970

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Bahia está pronto para o duelo com o Flamengo
Bahia está pronto para o duelo com o Flamengo -

Nos melhores jogos entre clubes brasileiros pelo Brasileirão ou Copa do Brasil, o Botafogo está quase sempre presente. No sábado, veremos outro jogaço entre o líder Fortaleza e o vice Botafogo, pelo Brasileirão. São dois times que priorizam as jogadas rápidas em direção ao gol. O Fortaleza tem mais pausas que o Botafogo, algumas vezes descansa com a bola. O Botafogo não para de correr. O Fortaleza é a equipe que mais jogou durante o ano e a que melhor alterna jogadores, diferentemente de outros clubes brasileiros que, muitas vezes, escalam todos os reservas.

Hoje o Bahia e Flamengo se enfrentam na Arena Fonte Nova pela Copa do Brasil. São dois times com muita qualidade no meio campo. Gostei da convocação de Gerson para a Seleção. Ele, por ter jogado em varias posições do ataque e se destacado pela habilidade e bons passes, trouxe para o meio campo essas qualidades e se adaptou às necessidades do setor, de marcação e de capacidade para atuar de uma intermediaria a outra.

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Dorival Junior deveria experimentar outra formação do meio campo e escalar um trio com um volante mais centralizado (Bruno Guimaraes ou André) e um meio-campista de cada lado (Gerson e Paquetá), em vez da formação habitual, usada na Copa América com dois volantes em linha e mais Paquetá entre os dois e o ataque. Nesta nova estratégia a equipe teria três jogadores marcando no meio campo e dois dos três avançando (Paquetá e Gerson). Na formação anterior o time defendeu com apenas dois no meio campo e avançou apenas com o meia ofensivo (Paquetá).

Dorival Jr. voltou a convocar Gerson para a Seleção
Dorival Jr. voltou a convocar Gerson para a Seleção | Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Na formação com apenas dois jogadores no meio campo, é essencial ter pontas que voltam para marcar. Na Copa América, como Vinicius Junior estava sempre no ataque, sem voltar para marcar pela esquerda, o lateral ficava desprotegido, o que obrigava um dos volantes se deslocar para o lado, deixando grandes espaços pelo centro. Uruguai e Colômbia pressionavam na marcação e tomavam a bola com facilidade dos dois volantes e dos dois laterais.

Não ficar com a bola no meio campo foi á deficiência principal da Seleção. Gerson e Paquetá, por serem mais hábeis, podem diminuir este problema, ainda mais com a companhia de um volante mais centralizado.

A grande dúvida é se Gerson vai ter na seleção o mesmo destaque que possui no Flamengo. Inúmeros jogadores, desde a década de 60, que brilhavam nos clubes, não foram bem na seleção por variados fatores, como a comparação com outros jogadores, não se sentirem à vontade e muitas outras razões que fogem à nossa compreensão.

Gerson e Everton no primeiro duelo entre os times pelo Brasileiro
Gerson e Everton no primeiro duelo entre os times pelo Brasileiro | Foto: Letícia Martins/EC Bahia

Vários clubes brasileiros como a seleção têm dificuldades de ter a bola no meio campo. Com isso, usam demais as bolas longas da defesa para o ataque, como ocorre com o Atlético-MG. A equipe joga com dois alas abertos, dois atacantes pelo centro e mais um meia ofensivo e deixa apenas um ou dois jogadores no meio campo, que não conseguem ficar com a bola.

Hoje, o Atlético-MG enfrenta o São Paulo, no Morumbi pela Copa do Brasil. O São Paulo melhorou a qualidade individual com boas contratações e também o jogo coletivo após a chegada do novo técnico (Zubeldia). A equipe alterna a velocidade com a posse de bola e a troca de passes no meio campo.

Ter a bola é essencial, o básico para qualquer equipe. Obviamente não é o bastante. É necessário ter talento individual e capacidade de, no mesmo jogo, alternar a troca de passes, a posse da bola com jogadas rápidas em direção ao gol. Esta é a tendência mundial.

Ter ou não ter a bola, eis a questão.

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