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Conjuntura Política

Por Claudio André de Souza*

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 20 de outubro de 2025 às 7:46 h • Atualizada em 20/10/2025 às 8:03 | Autor:

Segurança pública e as eleições de 2026

Confira a coluna Conjuntura Política desta segunda-feira

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Imagem ilustrativa da imagem Segurança pública e as eleições de 2026
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A nova pesquisa do Datafolha divulgada na semana passada (16) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que 29 milhões de brasileiros vivem em áreas dominadas por facções criminosas ou milícias, algo equivalente a 19% da população adulta brasileira, mais que no ano passado quando 14% da população vivia nesta situação.

O dado revela uma presença crescente dessas organizações e confirma a percepção de que o Estado está derrotado nos territórios periféricos e regiões metropolitanas em todo o país.

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A dimensão do problema assume um caráter nacional, mas possui particularidades regionais, sendo que 38% dos moradores do Norte e 35% do Centro-Oeste afirmam viver sob o controle direto de grupos armados. Entre os mais pobres, a sensação de viverem sob poder do domínio paralelo é ainda maior: 23% dizem conviver com o crime organizado em suas comunidades.

O crescimento da percepção danosa de como é manter uma rotina dentro destas comunidades mobiliza os cidadãos comuns a questionarem a legitimidade estatal em resolver na prática com políticas públicas o crescimento das organizações criminosas na vida social cotidiana.

A pesquisa Quaest deste mês de outubro mostrou que a segurança pública é o principal problema para três em cada dez brasileiros (30%), superando a economia e a corrupção. De maneira geral, a violência é percebida mais como um problema “republicano” generalizado do sistema político do que um “mal” político-partidário localizado, sobrando críticas para todos os lados.

Um conjunto de ações do governo Lula pode impactar de forma macroinstitucional uma nova agenda nacional na área, mas está longe de ser uma virada a curto prazo na percepção da sociedade.

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A ação da Receita Federal em parceria com o Ministério Público de São Paulo contra o braço financeiro do PCC demonstrou que esta guerra não é periférica e territorial, ou seja, o combate ao crime envolve como chegar no andar de cima de uma parte mais arrojada e corporativa do mundo dos negócios paralelos que financia e organiza o crime no Brasil.

O Programa “Município Mais Seguro” a ser lançado pelo governo nos próximos dias será estratégico no apoio aos municípios com recursos financeiros para fortalecer as guardas municipais. Ainda assim, é muito provável que os recursos de R$ 65 milhões fiquem abaixo do necessário para distribuir às prefeituras que possuem guardas municipais.

Sem dúvidas, o tema da segurança pública ocupará uma centralidade na conexão entre eleitores e candidatos aos diversos cargos nas eleições de 2026. De alguma maneira, governistas e oposição precisarão elaborar estratégias e propostas mais consistentes que contemplem gerar confiança (e esperança) entre os eleitores brasileiros. Não será uma tarefa fácil.

*Cláudio André é professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected].

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