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Por Da Redação

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ACERVO DA COLUNA
Publicado domingo, 25 de agosto de 2024 às 9:00 h • Atualizada em 25/08/2024 às 9:23 | Autor:

Bom convívio entre animais e bebês exige preparo prévio

Veterinários recomendam recorrer a um comportamentalista antes da criança nascer

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O golden Zeus, a tutora Natàlia e a bebê Malu
O golden Zeus, a tutora Natàlia e a bebê Malu -

Embora famílias multiespécie sejam cada vez mais comuns, a chegada de um bebê pode bagunçar a interação entre tutores e seus animais de estimação. Isto porque os cães e gatos costumam estranhar a mudança de rotina e atenção após a chegada de um novo membro à família.

Tem sido assim com a gatinha Wandinha, 1 ano, que ficou mais arredia com a tutora Maíra Planzo, 31 anos, após o nascimento da pequena Maria Antonieta. “Com o nascimento da minha filha, Wandinha começou a me evitar, prefere ficar com meu marido do que comigo”, conta Maíra, que é médica veterinária.

“Não tem receita de bolo. A melhor indicação é que o tutor procure um profissional capacitado para ajudá-lo”, orienta o médico veterinário Luis Carlos Sousa, 37 anos especialista em comportamento animal. Segundo ele, quando há preparação do pet para receber o bebê, dificilmente há uma situação extrema.

Imagem ilustrativa da imagem Bom convívio entre animais e bebês exige preparo prévio
| Foto: Sara Régis | Divulgação

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Sucesso

Buscar orientação fez toda a diferença na interação entre o Golden Retriver Zeus, então com 9 anos, e a pequena Malu, há cerca de 4 anos. Na época, a tutora dele Natália Barreto, 29 anos, esposa de Gilberto, ex-jogador do Bahia e hoje no Juventude, buscou orientação profissional para preparar o cão para a chegada do bebê.

“Começamos a preparar o Zeus logo na minha gravidez. Quando minha filha nasceu, vi no Zeus um irmãozão extremamente protetor e cuidadoso”, conta Natália, ainda triste com a perda de Zeus, que faleceu este ano. A família hoje mora em Caxias do Sul e sente falta da convivência harmoniosa com o cão.

A preparação incluiu a simulação das situações que Zeus viveria com a chegada do bebê. “Mudamos a rotina dos passeios, trabalhamos ‘ansiedade da coleira’, o pular em cima de nós, colocávamos choro de criança do youtube... Então antecipamos o estresse pra ele”, lembra.

O médico veterinário Luis Carlos Souza foi o comportamentalista contratado por Natália e Gilberto para a “missão”. “A preparação do cachorro de Natália começou aos 7 meses de gravidez, fizemos ele acostumar com choro de criança, simulamos o toque de criança e as novas rotinas”, conta Luis, que tem ajudado famílias a compreender a forma correta de lidar com esse novo momento em que o pet pode ter menos atenção.

Imagem ilustrativa da imagem Bom convívio entre animais e bebês exige preparo prévio
| Foto: Sara Régis | Divulgação

No caso de Natália, Gilberto e Zeus, os resultados foram extremamente satisfatórios. A convivência com a criança, hoje com 3 anos, foi integrada e cordial, como mostra um ensaio fotográfico feito com ele e Malu ainda bem pequena.

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Cheiros e choro

Segundo o veterinário Luis Sousa, o animal tem que ser preparado para conviver com mudança de horários de rotina, ser acordado com choro da criança e a sentir odores que farão parte desse novo momento.

Por atuar na área, a médica veterinária Maíra Planzo fez a preparação da gata Wandinha colocando-a perto da barriga, deixando-a sentir o cheio dos objetos do bebê e, depois do nascimento, apresentando a criança ao pet, sempre sob supervisão.

“É importante preparar o pet com antecedência, expondo-o ao som de choros, novos cheiros e criando uma associação positiva a esses estímulos”, explica Rafael Ramos, 38 anos, outro médico veterinário comportamentalista com experiência na área. Na maior parte das situações, a introdução gradual e o reforço positivo foram fundamentais para o sucesso.

Rafael trabalha com a mesma linha de atuação de Luis. “Iniciei o treino antes do nascimento do bebê usando todos os utensílios que já tinham - roupas, carrinho e berços, fiz treinamentos até no quarto da criança”, conta. Segundo ele, os tutores seguiram as recomendações de adaptação e tiveram resultados positivos, com pets aceitando bem o novo membro d família.

A recomendação de todos que viveram esse momento é buscar ajuda profissional antes mesmo do nascimento do bebê. Isto porque cada animal reage de forma única, a depender do temperamento. Provavelmente este é o caso da gata Wandinha que segue arredia com a tutora, preferindo ficar perto do pai de Maria Antonieta e preterindo Maíra. Coisas do reino animal.

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Como o tutor deve proceder para evitar conflitos ao introduzir um novo membro na família?

O tutor deve gradualmente expor o pet às novas rotinas e cheiros associados ao novo membro, oferecendo recompensas positivas. É importante manter a rotina do pet o mais constante possível para reduzir o estresse.

Se o novo membro da família for um bebê, quais as recomendações?

Se o novo membro for um bebê, é importante preparar o pet com antecedência, expondo-o ao som de choro, novos cheiros, e criando uma associação positiva com esses estímulos. Estabelecer limites de espaço para o pet e supervisionar sempre o contato entre o bebê e o pet são cruciais.

Caso o tutor não tenha preparado o pet, que medidas podem ser adotadas para resolver o "conflito"?

Se o pet não foi preparado, deve-se iniciar a adaptação o quanto antes, com introduções graduais, associando a presença do novo membro a coisas positivas para o pet, como petiscos e brincadeiras. O auxílio de um profissional comportamentalista pode ser necessário em casos mais difíceis.

Fonte: Médico veterinário Rafael Ramos, comportamentalista

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