Agora é fazer diferente
Confira a coluna do jornalista Angelo Paz
Recuperar e correr atrás do prejuízo. Essa é a realidade do Vitória a cada rodada do Brasileiro. E vai ser assim até o final, como tem frisado com frequência o técnico Thiago Carpini, que tem buscado encaixar um time competitivo jogo a jogo. Não conseguiu tal feito no primeiro tempo do duelo contra o São Paulo, detalhe decisivo para mais uma derrota e consequente retorno da equipe à zona de rebaixamento após sete rodadas.
Um resultado para exigir mais uma vez uma resposta rápida do Leão, que iniciou o returno de forma positiva com duas vitórias, mas agora acumula três jogos sem vencer, sendo duas derrotas e um empate. Com 22 pontos, o Rubro-Negro chegou a 13 rodadas na zona que vai tentar sair mais uma vez neste final de semana, quando receberá o Vasco, no Barradão. Um jogo que é visto sem amplo favoritismo do adversário, podemos assim dizer.
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A partida é vista como o início de um setembro de confrontos diretos para o Rubro-Negro, que precisa melhorar bastante o seu desepenho caso queira permancer na elite do futebol brasileiro em 2025. Com 34% de aproveiramento, precisa passar a 57% nos 14 jogos restantes para alcançar os 46 pontos, tido como número ideal para não correr risco de rebaixamento. A projeção está aí, mas o fato é que o Leão necessita mesmo pensar jogo a jogo.
Afinal, é prioritário resolver os problemas internos antes de qualquer sucesso em campo. A ausência de Matheuzinho nas duas próximas rodadas, por exemplo, é mais um desafio para Carpini, que não conta com outro jogador com característica semelhante no elenco. Parece previsível que o treinador opte por um atacante de beirada para o lugar de Matheuzinho. Carlos Eduardo, que entrou bem no Morumbi, deve ganhar sua primeira oportunidade como titular.
Embora a falta de criatividade preocupe, uma vez que o Leão precisa vencer de qualquer maneira, a defesa é o setor mais probemático da equipe no olhar de Carpini. A volta de Neris, que deu certa estabilidade à defesa no início do returno é um ponto de alívio para o treinador, que voltou a improvisar o volante Caio Vinícius na zaga diante do São Paulo. Por opção de Carpini, vale ressaltar, uma vez que Edu, outro recém-contratado, ficou como opção no banco e acabou sendo utilizado logo no início do segundo tempo.
Frente a equipe mista do São Paulo o Vitória voltou a ser frágil, problema crônico desta equipe em boa parte do campeonato. Cenário típico de uma equipe em formação, muito distante do encaixe ideal. Prova maior disso foram os dois gols paulistas de fora da área mesmo com um Vitória com três volantes. Um verdadeiro gatilho de desilusão ao torcedor que começava a se animar com a melhora da equipe.
A fragilidade rubro-negra já havia ficado exposta no empate contra o Cruzeiro, mesmo com a discussão do jogo tendo sido direcionada ao gol ilegal anotado a favor da equipe mineira. Diante de problemas bem escancarados, ao menos o tempo está a favor de Carpini, com semanas livres para realizar as tão necessárias correções no time. O tempo para treinar é, sem dúvidas, o grande trunfo do treinador na projeção de uma equipe melhor organizada para vencer o Vasco, único resultado que interessa. Esse é o desfecho esperado para um Vitória que na sequência enfrentará Atlético-GO e Juventude, dois adversários diretos na luta pela sobrevivência. Dessa mesma forma esta trinca de jogos foi encarada no primeiro turno, quando o Leão alcançou apenas um ponto dos nove possíveis. Agora é fazer diferente.