CIÊNCIA
Xi Jinping menciona 150 anos e especialistas questionam: qual o limite da vida humana?
Maior longevidade registrada foi de 122 anos, de Jeanne Calment

Por Isabela Cardoso

A possibilidade de que seres humanos alcancem 150 anos de vida neste século voltou a ganhar destaque após menção do presidente da China, Xi Jinping, em conversa com os líderes Vladimir Putin e Kim Jong-un. A ideia, porém, está longe de ser confirmada pela ciência.
Segundo especialistas, o limite biológico conhecido da vida humana varia entre 120 e 125 anos. A pessoa mais longeva da história foi a francesa Jeanne Calment, que morreu em 1997, aos 122 anos. Desde então, ninguém superou essa marca.
É possível viver até 150 anos?
Para Leonardo Oliva, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, não há evidências de que a longevidade humana possa chegar aos 150 anos.
“O mais provável é que mais pessoas cheguem a idades avançadas, mas dificilmente veremos esse número subir muito além do que já conhecemos”, afirmou em entrevista ao g1.
Estudos recentes reforçam essa avaliação. Em 2024, a revista científica The Lancet publicou uma projeção que estima o aumento da expectativa de vida mundial em apenas cinco anos até 2050, alcançando cerca de 78 anos em média.
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Por que existe um limite biológico?
O médico Milton Crenitte, do Centro Internacional de Longevidade Brasil, explica que fatores como danos celulares, mutações genéticas e falhas nos sistemas imunológico e neurológico criam uma espécie de “marca biológica” que restringe o tempo de vida.
Segundo o especialista, romper essa barreira exigiria uma revolução tecnológica ainda distante.
Avanços da biotecnologia
Apesar de não garantir a imortalidade, a ciência tem feito progressos para melhorar a qualidade de vida. Pesquisas com células-tronco buscam regenerar tecidos e retardar o avanço de doenças como o Alzheimer.
Essas tecnologias, combinadas a avanços na medicina preventiva, permitem que mais pessoas alcancem idades avançadas com maior autonomia e menos complicações de saúde.
O que realmente faz diferença para viver mais
Para especialistas, o foco deve estar em envelhecer bem, e não apenas viver mais. Fatores como genética, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos regulares e bons hábitos são determinantes para chegar a idades avançadas com saúde.
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