ARTE
Bahia é destaque em mostra coletiva que acontece em Londres
Mostra aconteceu na Galeria The Art Pavilion
Por Da Redação
A fotógrafa e designer gráfica Monica Grappi, natural de Córdoba, na Argentina, e radicada em Salvador, foi uma das atrações da mostra coletiva ‘Habitat’, na Galeria The Art Pavilion, em Londres, na Inglaterra, onde expôs, até o último domingo, 20, ‘O Espelho’, emblemática foto na qual são revelados aspectos intrigantes da sala de uma casa localizada na comunidade quilombola Engenho da Ponte, no Recôncavo Baiano.
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Selecionada, ao lado de 48 aristas visuais – seis são brasileiras e as demais latino-americanas –, a foto de Monica Grappi seguiu parâmetros que, segundo os organizadores, no caso o coletivo colombiano Fotógrafas LATAM, defendem um “diálogo de diferentes visões que podem ser pessoais e/ou coletivas e que reflitam o sentimento da natureza como possibilidade de conhecer os territórios sejam eles geográficos, imaginários, pessoais e sociais”.
A descrição de ‘O Espelho!’ diz: “Na sua casa de pau a pique, situada nas terras de massapê do Recôncavo Baiano, a matriarca, uma quilombola, limpa com afinco o espelho que adorna a sala, acompanhada pelo olhar interessado do rebento. O instantâneo revela muito, da pobreza do local ao culto à família, representados pelo zelo aos retratos de novas e velhas gerações, algo que confirma uma ligação com o presente e um não esquecimento do passado, naquilo que se define como memória, ancestralidade. No entanto, o que toca em ‘O Espelho’ é o significado daquele reflexo desfocado, e logo pensamos na invisibilidade da gente preta, pois, mais de um século após o fim da escravidão no Brasil, os afrodescendentes ainda buscam o foco, o direito de serem vistos e respeitados”.
Desenvolvendo trabalho de pesquisa sobre sincretismo e outros elementos que marcam as tradições baianas, a foto de Monica Grappi chamou a atenção pela “plástica incomum”, uma vez que o espectador se depara com inúmeras possibilidades na sua leitura, o que a torna instigante, reveladora e, ao mesmo tempo, misteriosa. “Trata-se de um registro que nos faz pensar e abre diversas interpretações”, diz a autora.
A foto de Monica Grappi, que já teve outros trabalhos seus selecionados para exposições importantes, como o Festival de Fotografia Internacional Paraty em Foco, em 2019, sempre se valendo de temáticas ligadas ao universo afro-baiano, encaixou-se dentro dos objetivos da organização, que defende a celebração das riquezas culturais das artes visuais latino-americanas, na busca de reverberar vozes historicamente silenciadas, e, por tabela, garantir projeção internacional às artistas selecionadas, como se viu em Londres.
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