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CHUVA DE LETRAS

Bahia vira potência literária e bate recorde de feiras

A Bahia é o estado o que mais investe neste tipo de evento no país

Por Grazy Kaimbé*

01/05/2025 - 7:00 h
Feira Literária de Uauá (Fliu)
Feira Literária de Uauá (Fliu) -

O calendário literário da Bahia começa 2025 com uma maratona de atividades. Até julho, estão previstas cerca de 40 feiras literárias em diferentes cidades e regiões do estado. A programação inclui lançamentos de livros, apresentações de autores, atividades infantis, mediações de leitura e outras ações voltadas para o incentivo à leitura.

Os primeiros eventos ocorreram no final do mês passado, em Malhada de Pedras, no centro-sul baiano, e em Barreiras, no oeste. As feiras fazem parte de um pacote maior de 81 eventos que devem ocorrer até o primeiro semestre de 2026. O governo estadual destinou R$ 24,3 milhões à realização das atividades, por meio do Edital de Festas, Feiras e Festivais Literários. A iniciativa é coordenada pela Fundação Pedro Calmon, da Secretaria de Cultura da Bahia, em parceria com a Secretaria da Educação.

Segundo o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Sandro Magalhães, o processo de organização de um evento literário é amplo e envolve diversos participantes, desde a estrutura, iluminação, montagem, verificação de cenários, até a curadoria e o processo de construção da programação. “São muitos detalhes: se o evento terá vila literária, estandes de editoras, praça de alimentação, artesanato, exposição de cordéis, lançamentos de livros e outras atividades literárias, por exemplo. Envolve e mobiliza muitas pessoas desde a pré-produção até a realização do evento”, disse o diretor.

Para o Secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, com este investimento, a Bahia se torna o estado brasileiro que mais investe em políticas voltadas para feiras literárias. “As feiras se transformam em grandes polos de mobilização em torno da cultura, das artes e da produção local, envolvendo intensamente os municípios e seus territórios. Trata-se de um dos investimentos mais valiosos que podemos fazer quando falamos de incentivar uma nova cultura na sociedade”, disse o secretário.

Poder transformador

Com ações previstas em todos os 27 territórios de identidade da Bahia, os eventos vão de feiras tradicionais a iniciativas comunitárias. A proposta é fortalecer o hábito da leitura e movimentar a cena cultural local. Além da venda e troca de livros, muitas feiras funcionam como espaço de encontro entre escritores e leitores, e também como palco para a produção de artistas locais.

“São os estudantes, especialmente da rede pública, que participam de forma ativa desses eventos literários, muitas vezes como protagonistas, com espaço para apresentarem suas próprias produções. Tudo isso contribui para criar e fortalecer vínculos fundamentais para que tenhamos uma nova geração – essa, que hoje está nas escolas, envolvida e encantada com esse universo ilimitado que o livro proporciona”, afirma Bruno.

Por meio destes eventos, os alunos têm a oportunidade de se aproximar do universo dos livros e da leitura em suas mais diferentes formas, com o contato direto com autores que ainda não conheciam e que participam ativamente das programações, como lançamentos de livros e rodas de conversa. “O Governo do Estado, na pessoa do nosso governador Professor Jerônimo, acredita no poder transformador da cultura e da leitura e tem assumido um compromisso inegociável com a interiorização e a territorialização da cultura”, pondera Sandro.

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Programação diversa

Ao reunir estudantes, professores, autores e leitores em torno do livro e da palavra, as feiras literárias têm se consolidado como espaços potentes de troca de saberes e de circulação da produção literária baiana.

A programação contempla desde comunidades quilombolas e indígenas até grandes centros urbanos, promovendo uma ampla diversidade de vozes e narrativas. Agora em maio, o destaque vai para a II Feira Internacional de Serrinha (06 a 10/05), além de encontros em Santa Cruz Cabrália, Ibiassucê, Amargosa, Serrolândia e Paulo Afonso, entre outros municípios.

No mês de junho, Ilhéus realiza a sua já tradicional feira literária (05 a 07/06), acompanhada de programações em Porto Seguro, Bom Jesus da Lapa, Itaberaba e Cafarnaum. Já em julho, os festivais se espalham por localidades como Itapetinga, Euclides da Cunha, Correntina, Alagoinhas, São Francisco do Conde, Valença (Guaibim), Canudos e Jacobina. A programação inclui ainda edições estudantis e festivais temáticos, como o Sarã Nakíyã, em Porto Seguro, e o Encantos e Saberes da Cultura Afro-brasileira, em Itapetinga. O calendário se estende até o fim de julho, com a III Festa Literária de São José do Jacuípe (28 a 30/07) e a II Feira Literária de Itapetinga (31/07 a 02/08).

A pioneira ‘Fligê’

De 13 a 17 de agosto, acontece a Feira Literária de Mucugê (Fligê), evento anual realizado desde 2016 que celebra a literatura com apresentações culturais, rodas de conversa e atividades voltadas para o público estudantil.

Segundo Ester Figueiredo, uma das organizadoras, a feira se destaca por sua curadoria, que valoriza a centralidade da autoria literária, da obra e da formação de leitores, com ênfase nas trocas intergeracionais e no diálogo com outras linguagens artísticas. “A Fligê foi uma das primeiras feiras literárias do interior da Bahia, descentralizando o eixo Capital/Recôncavo e se tornando um espaço formativo para agentes culturais e curadores. Já na primeira edição, em 2016, foi criado o Fórum da Rede Colaborativa de Curadoria Literária, que inspirou a realização de outros eventos com esse mesmo foco na valorização do autor, da obra e do encontro com o público leitor”, destaca.

Neste ano, a feira traz como tema “Literatura: rios e matas da narrativa”, propondo reflexões sobre a sobrevivência humana e a emergência climática por meio da arte da palavra. “Projetamos um catálogo de convidados cuja produção ficcional dialoga com esse recorte, mas o tema é apenas uma orientação – a programação não se limitará exclusivamente a ele. Ainda estamos na fase de pesquisa literária e redefinição do enquadre curatorial”, explica a organização.

A Fligê já recebeu nomes de destaque nacional, como Conceição Evaristo, Itamar Vieira Júnior e Elisa Lucinda, além de autores e autoras baianas. “Os eventos literários são também porta aberta para a descoberta de muitos jovens talentos, já que eles são presença ativa, são parte do evento. Presente nesses espaços, eles têm a possibilidade de se inspirar nos grandes escritores, nos escritores locais, ali, do Território de Identidade em que ele vive, fortalecendo a cultura como um todo”, finaliza Sandro Magalhães.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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