LEGADO
Bando de Teatro Olodum celebra 35 anos com leitura sobre Zumbi dos Palmares
Com direção de Lázaro Ramos, o espetáculo comemora a história e reafirma a força do teatro baiano

Celebrando 35 anos de trajetória, o Bando de Teatro Olodum comemora mais de três décadas de contribuição à história do teatro baiano. Nesta sexta-feira,17, o grupo apresentou uma leitura dramática de “Zumbi Está Vivo e Continua Lutando”, dirigida por Lázaro Ramos, como parte das celebrações pelo legado do coletivo.
Escrita por Aninha Franco, a obra revisita o espetáculo original de 1995, que mergulha na luta e resistência do povo negro a partir da figura histórica de Zumbi dos Palmares, símbolo da liberdade e da valorização da cultura afro-brasileira.
Em entrevista ao Portal A TARDE, a atriz Valdineia Soriano, que atuou na leitura e participou como co-diretora da apresentação ao lado de Cássia Valle, contou o que motivou a escolha do espetáculo.
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“O espetáculo original, de 1995, é um dos melhores do nosso repertório. Foi uma construção incrível, de muita pesquisa nas comunidades e nas favelas. A energia era única”, contou ela.
A atriz também destacou o processo de criação da leitura: “O texto é de Aninha Franco, mas foi construído junto com o Bando. A gente improvisou muitas cenas, e Márcio Meirelles roteirizou o que já existia. Essa mistura entre história, arte e comunidade é o que fez tudo dar certo.”
Com um legado marcado pela abordagem de temas ligados à luta contra o racismo e à valorização da cultura negra, o Bando reafirma sua importância no cenário cultural baiano com mais um grande espetáculo.

“Celebrar os 35 anos do Bando com Zumbi foi a melhor escolha. É uma forma de mostrar às novas gerações como eram nossos processos, nossas pesquisas e nossa força coletiva”, afirma Valdineia.
O futuro do teatro baiano
Também presente no elenco da apresentação, a atriz Rejane Maia destacou ao Portal A TARDE a importância do grupo na formação das novas gerações de artistas baianos.
“A gente sabe do nosso compromisso com essa juventude negra, que é uma responsabilidade muito nossa, do Bando de Teatro Olodum. Esses jovens estão se espelhando na gente, e ver isso continuar é muito bom, é gratificante demais”, declarou.
O Bando segue dando voz a novos artistas baianos, que fizeram questão de homenagear os pioneiros do grupo. Lucila Laura Brito, de 27 anos, que integra o coletivo desde 2019, comentou sobre o impacto cultural do Bando na cena teatral.
“Pra mim, enquanto artista jovem, preta e periférica, é uma honra participar da celebração dos 35 anos do Bando de Teatro Olodum, esse grupo que é referência em teatro negro no Brasil e no mundo. É uma honra poder pisar nesse solo que é tão sagrado”, disse.

Ela também comentou sobre a experiência de atuar em uma leitura que aborda temas ainda tão presentes na sociedade. “Ao mesmo tempo que é potente, dói um pouco perceber como os conteúdos continuam tão atuais. Hoje falamos sobre favelas, sobre construção e sobre como ocupamos os espaços”, concluiu.
A comemoração dos 35 anos foi marcada por muita música, caruru e manifestações culturais, reforçando a importância do grupo na valorização da cultura afro-brasileira.
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