TEATRO
Cineteatro 2 de Julho volta a receber espetáculo ‘Sr.Oculto’
Nova temporada conta com apresentações especiais para escolas e comunidade
Por Redação
Depois de lotar o Teatro Vila Velha com duas sessões que celebraram os 60 anos de atuação do local e o encerramento das atividades para reforma, o primeiro monólogo de Rodrigo Lelis, ‘Sr.Oculto’, retorna com apresentações no Cineteatro 2 de Julho. O espetáculo fica em cartaz nesta quinta-feira, 28, e no domingo, 1º, às 17h e 19h.
A nova temporada contará também com sessões especiais voltadas para a comunidade, estudantes de escolas públicas, e no último dia, às 17h, uma sessão com libras e audiodescrição.
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Os ingressos já estão sendo comercializados a preços populares e garantem também meia-entrada para artistas, pessoas negras, povos indígenas, beneficiários do Bolsa Família e pessoas LGBTQIAPN+. As entradas podem ser adquiridas através do Sympla.
Com encenação de Marcio Meirelles e texto de Mônica Santana, ‘Sr.Oculto’ é uma tradução cênica da novela ‘O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Sr. Hyde’, do autor britânico Robert Louis Stevenson, popularmente conhecida como ‘O Médico e o Monstro’.
Nesta versão brasileira e contemporânea será relida a história do médico que se isola da sociedade cada vez mais, na medida em que sua criação monstruosa ganha mais visibilidade. O espetáculo traz à tona temas como a dualidade da natureza humana, o conflito entre o bem e o mal, as complexidades da identidade, da ética e da moralidade, questões que já habitavam a sociedade no século XIX (1886) quando a obra foi escrita, mas que permanecem relevantes.
Rodrigo Lelis (‘Meu Nome É Gal’) interpreta a dupla personalidade do personagem principal: Dr. Jekyll e Sr. Hyde. Responsável pela adaptação do texto, a premiada mestra em artes cênicas Mônica Santana, explica que a questão de gênero está entre um dos principais temas que buscou evidenciar no que chama de “transcriação” do texto, onde há liberdade para transpor a linguagem de uma obra, neste caso, a transformação de um romance em um texto dramático para o teatro.
“Os acontecimentos e a ordem em que acontecem foram mantidos, focamos em ampliar as discussões sobre o lugar da razão, do conhecimento científico e das questões de classe que se apresentam na história através do médico, mas também sobre a essa masculinidade, ancorada na razão e na ciência, que produz monstros, que gera violência, roubos e matança”, detalha Mônica, ao contar também que o convite do encenador Marcio Meirelles para realizar essa adaptação foi pensado justamente para obter um olhar feminino sobre o tema da masculinidade.
A relação entre homem e monstruosidade é um assunto que Marcio Meirelles já pesquisa ao longo das últimas décadas. Marcio revela que ‘Sr.Oculto’ é na verdade a finalização de uma trilogia de espetáculos que começou em 2012 com ‘Drácula’, e teve seguimento em 2014 com ‘Frankenstein’.
“Em Drácula, acompanhamos um monstro que é construído pelo outro, através de boatos, notícias. Já em Frankenstein o monstro é produzido no outro, ou com o outro, é uma junção de vários corpos excluídos e o que acontece quando o excluído se revolta. Agora, em Sr.Oculto, tratamos do monstro que surge de dentro, da monstruosidade que há em cada um de nós. É sobre colocar para fora o seu lado oculto e não saber lidar com o mesmo”, explica o encenador.
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