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'QUAL BAHIA?'

Itamar Vieira Jr. reflete sobre conexão entre fé e a cultura baiana

Escritor baiano participou da mesa 'Qual Bahia?' com Luciany Aparecida e mediação de Edma Góis

Por Vagner Ferreira e Matheus Calmon

26/04/2024 - 19:02 h | Atualizada em 26/04/2024 - 19:22
Escritor contou que viveu uma experiência na região, quando conheceu o Jarê
Escritor contou que viveu uma experiência na região, quando conheceu o Jarê -

Semifinalista do International Booker Prize com 'Torto Arado', único escrito originalmente em português na disputa pelo prêmio, o escritor baiano Itamar Vieira Júnior participou da mesa 'Qual Bahia?' no primeiro dia da Bienal do Livro Bahia, nesta sexta-feira, 26.

Durante a conversa com Luciany Aparecida e mediação de Edma Góis, ele refletiu sobre a ligação entre fé e a cultura da Bahia e afirmou acreditar que tais elementos andam juntos.

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"Acho que fé e Bahia andam juntas. Mas é curioso, pois acho que fui por um caminho tão estranho da vida, de tanta informação, que me desconectei um pouco desse sagrado, embora tenha sido ensinado. E quando encontro pessoas que preservam essa fé, essa crença, olho, observo e reverencio com muito respeito. Acho que elas têm algo a me dizer sobre a vida", disse Itamar.

Ele seguiu, revelando como conheceu o Jarê, religiosidade típica da Chapada Diamantina, construída com base na mistura de credos africanos e indígenas permeados pelo cristianismo.

"O que me levou a escrever, por exemplo, sobre o Jarê em 'Torto Arado' era que durante muito tempo passei trabalhando na Chapada Diamantina conhecendo pessoas e fiz uma pesquisa grande sobre a ocupação naquela área, o Jarê, mas me intrigava a conhecer é que é uma crença que só existe naquele lugar, na Chapada Diamantina", disse.

Itamar ainda relembrou quando foi à casa de Jorge Amado em 1998 para pedir o autógrafo do ícone baiano. Na ocasião, o autor de “Torto Arado” tinha apenas 19 anos.

"Uma senhora atendeu, acho que trabalhava na casa... eu não queria incomodar, eu só queria um autógrafo", contou.

Mas mal ele sabia que acabaria sendo recebido pelo próprio escritor e sua mulher, Zélia Gattai. Com um exemplar de “Capitães de Areia” em mãos, Itamar acabou saindo de lá com um exemplar de “Anarquistas, graças a Deus”, dado pelo casal.

De autor para autor, a genialidade inspirou Itamar. Vencedor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabuti, ele atualmente concorre ao International Booker Prize, um dos mais prestigiados prêmios literários do mundo com Torto Arado. A obra foi publicada em inglês sob o título Crooked Plow, com tradução de Johnny Lorenz.

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Tags:

Bienal do Livro Bahia Escritor baiano Fé e cultura International Booker Prize religiosidade torto arado

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