BASTIDORES
Organizador da Bienal relata os desafios na construção do evento
Bruno Henrique, contou sobre bastidores, sentimentos e o enorme público presente
Por CLARA OLIVEIRA
"As Histórias que a Bahia Conta" foi o tema escolhido para a Bienal do Livro em Salvador, nesta edição de 2024. O evento literário que reuniu nomes de peso da literatura nacional e internacional no Centro de Convenções, de 26 de abril até 1° de maio, acumulou um mar de pessoas apaixonadas pelos livros e literatura.
No entanto, enquanto todos os olhos estão voltados para o enorme público presente na Bienal, pouco se diz sobre os desafios ao longo de dois anos para construir um evento de tamanha relevância e magnitude.
Desafios
Apesar de todo trabalho imposto, Bruno Henrique, organizador da Bienal, avaliou os desafios da Bienal como um momento satisfatório. “Trabalhar com o evento já é um desafio por si só, quando a gente vem falando que o protagonista é o livro, é a leitura, é a literatura, aqui no Brasil as coisas ficam até um pouquinho mais desafiadoras. Porém, é extremamente satisfatório, é uma realização incrível você ver as Bienais acontecendo, a Bienal do Livro da Bahia acontecendo aqui mais uma vez”, afirmou ele em entrevista ao Portal Massa!.
Para Bruno, o grande sucesso da Bienal do Livro demonstra que o sucesso do evento literário já é algo certo. “Com essa estimativa de público de mais de 90 mil pessoas vindo atrás dos livros, da leitura, do que os livros contam, do que as histórias contam, é extremamente satisfatório, por mais trabalhoso, e é muito trabalhoso, é muito desafiador. Mas é muito recompensador porque mais uma vez a gente já entendeu que já deu tudo certo”, afirmou o gerente de marketing institucional da GL Events Brasil, multinacional francesa responsável pelo articulação do evento.
Público presente
Com uma distribuição de público diferente devido aos dias do evento, Bruno avaliou que a quantidade de pessoas presentes durante os dias de Bienal, correspondeu com as expectativas. “Por enquanto está tudo dentro da nossa expectativa que é sempre muito alta. A gente teve uma abertura muito forte no final de semana, incrível”, disparou.
De acordo com Bruno, no último dia de evento, nesta quarta ,1°, é esperado um público recorde, não somente para a edição atual como para a edição de 2022.
Momento gratificante
Felicidade é a palavra escolhida por Bruno para representar o sentimento de observar a Bienal do Livro Bahia acontecendo.
“Muita felicidade! São dois anos de programação, dois anos de planejamento, que você tem ali e depois seis dias para executar. Não vou te enganar, eu estou morto de cansado. As noites estão muito curtas, mas ver as crianças da visitação escolar com vale-livros, se reunindo para escolher que livros elas vão levar para casa de forma conjunta para formar sua própria biblioteca, muitas tendo o primeiro contato ali com a leitura e entendendo, emergindo nesse universo de uma maneira diferente, não imposta. Mas por opção, por escolha, e ver essas cabecinhas se expandindo dentro desse universo literário é muito gratificante, não tem como você sentir outra coisa que não seja uma realização enorme”, refletiu o organizador.
Processo e os bastidores
Com dois anos para deixar tudo alinhado até a chegada dos grandes dias de evento, Bruno revelou sobre o processo vivido por ele nos bastidores.
“Acho que tudo começa entendendo um balanço do que foi a edição anterior, o que deu muito certo, o que deu errado, a gente precisa mudar, quais são as rotas de ajuste. Acho que o começo do planejamento passa muito pelo final da edição que acabou de acabar. Então entendendo isso, aí você tem, primeiro, o desafio de tentar achar as soluções para o que te pede novas soluções”, ressaltou Bruno.
Entre os exemplos de melhoria que ocorreram da edição de 2022 para a de 2024, foi a expansão do espaço Café Literário, que segundo o organizador foi algo “explosivo”.
“O café literário que foi explosivo na edição anterior e tinha uma limitação de público um pouco menor do que foi a Arena, esse ano a gente já dobrou de tamanho e viu que foi uma decisão super acertada, mudou a configuração dele, ele continuou super potente e lotado. Então, você começa a planejar esses ajustes”, declarou ele.
Com as inúmeras situações desafiadoras vividos no ‘off’, o organizador citou momentos como as vendas do metro quadrado para os expositores, curadorias e as novas mesas para o evento literário.
“Você tem os desafios de sempre de vendas do metro quadrado para os expositores virem para cá, poderem apostar no projeto junto com você. Isso demanda muito tempo, o processo todo de curadoria, que é o que dá cara para o evento, de definir quem é os curadores de cada espaço para atender todos os públicos, isso é um processo que dura quase um ano, de tentar entender e discutir as novas mesas, quem vai falar com quem, que encontro a gente vai promover, o que está sendo falado na Bahia, no Brasil, que ponto de vista a gente quer trazer daqui para o mundo. Então, é um processo de construção que é demorado, é longo, é difícil”, finalizou Bruno Henrique.
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