OPORTUNIDADE
“Vamos fazer da Bahia o estado de leitores desse Brasil”, diz diretor sobre o Bahia Literária
Diretor da FPC tirou dúvidas sobre edital Bahia Literária, cujas inscrições terminam dia 31 de julho
Por Bianca Carneiro
Nunca houve tantas possibilidades para fazer a literatura “sair das páginas” na Bahia como agora. E as oportunidades seguem em aberto com o edital Bahia Literária, que encerra a inscrição de propostas na próxima quarta-feira, 31. A iniciativa conta com o investimento de R$ 24,3 milhões do Governo do Estado, a maior quantia já investida até agora para o segmento na Bahia, e possivelmente do Brasil, segundo o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon (FPC), Vladimir Pinheiro.
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O edital contempla 81 propostas para a realização de eventos literários nos 27 Territórios de Identidade da Bahia. O valor máximo por projeto é de até R$ 300 mil. Podem se inscrever agentes culturais maiores de 18 anos, Microempreendedores Individuais (MEI), pessoas jurídicas com e sem fins lucrativos, e coletivos/grupos sem CNPJ representados por pessoa física. É obrigatória a comprovação de atuação artístico-cultural e/ou educacional no Estado da Bahia por, pelo menos, dois anos.
Vladimir define o edital como um convite à participação civil. “Até pessoas sem tanta experiência com um evento cultural podem se inscrever. A gente dá todo o suporte aqui. A Fundação Pedro Calmon, a Secretaria de Educação (SEC), estamos acompanhando essas pessoas, elas não estarão sozinhas na execução”, diz.
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Ele esclarece ainda o tempo de execução das propostas - que vai até o final de 2025 - e o valor total do repasse. O edital disponibiliza um montante máximo de R$ 300 mil, mas não impede que os proponentes busquem outros patrocínios de instituições públicas e privadas para completarem a realização. Também é possível fazer propostas que custem menos de R$ 300 mil.
Qualquer pessoa, qualquer organização social, ONG, ou mesmo a pessoa física pode se inscrever, basta ter mais de 18 anos, no caso de organização social ou empresa, ou uma atuação comprovada no âmbito da cultura ou da educação para poder disputar o edital. A execução do edital é um tempo longo, não é só até dezembro. Pode ser até o final de 2025, e essa execução pode ser diversificada. Por exemplo, uma professora que quer fazer um evento literário na sua escola, e ela acha que R$ 300 mil é muito, é de até R$ 300 mil, então, se tiver um projeto que seja de R$ 200 mil, de R$ 50 mil, de R$ 2 mil, escreve o projeto também que ele vai ser avaliado
As propostas passarão por uma comissão de mérito constituída por servidores da Fundação Pedro Calmon, da Secretaria de Cultura (SecultBa) e membros da sociedade civil: uma indicação do Conselho Estadual de Cultura e outra indicação do Conselho Estadual de Educação.
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Educação que transforma
A reportagem de Portal A TARDE foi recebida por Vladimir Pinheiro em um dia de quinta-feira na Biblioteca Central dos Barris. O local estava repleto de estudantes que, em meio aos papos nas áreas livres, também aproveitavam para ler. E são eles, justamente, o público-alvo dos eventos que serão contemplados pelo Bahia Literária, de acordo com o gestor.
“O público beneficiário deste edital são os estudantes, especialmente os da nossa rede estadual de ensino, porque o que a gente tem entregue aqui na Bahia é muito simbólico, tanto dos edifícios, quanto do processo pedagógico, do acolhimento, da emancipação, do empoderamento dessa juventude. Eles hoje não chegam para a feira literária apenas como público, eles participam da programação, recitam, escrevem obras. O diálogo com os autores, as autoras locais, começa antes na escola. Então, a gente entende que esse também é o papel da escola”.
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E para incentivar essa participação, nada melhor do que o acesso aos vales-livro, que permitem aos estudantes retirarem obras gratuitamente nos eventos, a partir de um valor pré-definido. A política, executada na Feira Literária de Feira de Santana, fez bastante sucesso na Bienal do Livro, em Salvador, e pode ser aplicada também nas feiras e festas da Bahia Literária, desde que o proponente a coloque como prioritário e opte por reservar um montante para a distribuição dos vales ou de ideia semelhante.
E se Paraty está para o turismo literário, assim como Salvador está para o Carnaval, a intenção é que o cenário mude, isso falando a nível de estado. Para além do aspecto educacional, o edital também pretende colocar a Bahia na rota do turismo literário, um movimento que tem se intensificado desde o ano passado, quando foram realizadas mais de 100 feiras e festas literárias por aqui.
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De tudo o que o livro e a leitura trazem, na sua perspectiva de emancipação, de empoderamento do nosso povo, é importante destacar também a economia da cultura que gira em torno disso, na economia criativa. A Bahia, que é conhecida nacional e internacionalmente pelos seus festejos de Carnaval e São João como principais produtos turísticos, também vai passar a ser conhecida por festejar o livro e a leitura. Vamos fazer da Bahia o estado de leitores e leitoras desse Brasil
Todas as informações sobre o edital Bahia Literária podem ser consultadas no site da Fundação Pedro Calmon.
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