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CÊNICAS

De Salvador ao sertão: Sesc faz maratona cênica com espetáculos a R$ 20

Projeto nacional desembarca na Bahia com oficinas gratuitas e peças para todos os públicos

Por Júlio Cesar Borges*

15/07/2025 - 7:00 h | Atualizada em 15/07/2025 - 10:53
Com 96 cidades no roteiro, maior projeto cênico do país faz parada especial na Bahia
Com 96 cidades no roteiro, maior projeto cênico do país faz parada especial na Bahia -

Começa hoje a 27° edição do maior projeto de itinerância de artes cênicas do Brasil, o Palco Giratório, do Sesc. A programação, que vai até a próxima terça-feira, 22, oferece oficinas gratuitas e espetáculos teatrais para todas as idades a preços populares (R$ 20 a inteira). Os teatros dos Sescs Casa do Comércio, Alagoinhas, Jacobina e Porto Seguro são os palcos que sediam mais uma temporada do projeto.

A iniciativa promete um intercâmbio artístico e cultural entre artistas e públicos de diversos locais do Brasil. Neste ano, o circo é homenageado, por meio da Trupe Circus, grupo da Escola Pernambucana de Circo. A agenda trata de temas como a ancestralidade, relações familiares, acessibilidade, culturas periféricas, ribeirinhas e muito mais.

A curadoria, segundo a analista de cultura do SESC Bahia e produtora cultural Patrícia Figueiredo, é pensada de acordo com a intenção inicial do projeto: promover a difusão das artes cênicas, através do circo, dança e teatro. A escolha dos artistas e temas passa por uma extensa pesquisa.

Patrícia conta que, primeiro, é feito um estudo com curadores locais, que assistem presencialmente os espetáculos. Depois, há as indicações das obras a nível estadual e, por fim, passa pelo crivo da curadoria nacional. “Nós observamos a força desses trabalhos em suas temáticas, o histórico e trajetória dos grupos, de que modo os trabalhos contemplam a diversidade cultural e de linguagem, de que modo trazem propostas inovadoras que tem a ver com discussões contemporâneas. Uma série de critérios”, ela explica.

Imagem ilustrativa da imagem De Salvador ao sertão: Sesc faz maratona cênica com espetáculos a R$ 20
| Foto: Divulgação | Renato Mangolin

Homenagem

Foi pensando em tudo isso que, nesta edição, a Escola Pernambucana de Circo foi escolhida como a grande homenageada. O motivo, segundo a analista de cultura, também tem a ver com o compromisso social da companhia, já que a escola desenvolve trabalhos de formação para crianças, adolescentes e jovens de classes populares. O pedagogo e co-fundador da instituição, Everton Lima, por sua vez, sente-se, em nome da companhia, honrado com a homenagem.

“Foi um presente antecipado de nossos 30 anos de existência e resistência. Através do Palco temos a oportunidade de levar o nosso trabalho para todo o país e de conhecer outros grupos e movimentos. Estamos fortalecendo nossa identidade e forma de fazer circo. Fazer parte de tudo isso é , sem dúvidas, de uma alegria imensurável”, declara Everton.

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Potencial

O Palco Giratório tem a missão de contribuir para a circularidade das expressões cênicas e fortalecimento da cena artística no Brasil. Prova disso é que, neste ano, o projeto, que foi lançado no mês de abril, em Recife, prevê a participação de 16 grupos de 15 estados diferentes em 96 cidades do Brasil até o mês de dezembro.

Além do fomento artístico, os territórios que recebem os espetáculos beneficiam-se de diferentes formas. “Outro ponto relevante é o poder que esse modelo de itinerância tem de impulsionar a economia criativa, ao levar artistas para um número tão grande de cidades, movimentando a cadeia da cultura e de outros setores, como logística, comércio e hotelaria”, conta Janaina Cunha, diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.

Idealizado em 1998, coordenado pelo Departamento Nacional, o Palco Giratório permanece vivo e com uma trajetória marcada por estar sempre atento à produção cultural. Nestes 27 anos, coletivos de lugares mais diversos e remotos do país puderam circular seus trabalhos artísticos. Já passaram pelo projeto 412 grupos, oferecendo cerca de 10 mil apresentações a um público estimado em mais de cinco milhões de espectadores.

Imagem ilustrativa da imagem De Salvador ao sertão: Sesc faz maratona cênica com espetáculos a R$ 20
| Foto: Divulgação | Miriane Figueira

Programação na Bahia

Em Salvador, as atividades iniciam-se amanhã, a partir das 18h, com a oficina “Pesquisando o teatro inclusivo: acessibilidade como linguagem cênica”, realizada pela companhia carioca Trupe do Experimento. Na quarta, 16, o mesmo coletivo apresenta o espetáculo infantil Da Janela, a partir das 14h30. A montagem se destaca por integrar recursos de acessibilidade como a comunicação em libras e narração poética das cenas.

No terceiro dia, 17, é o Grupo Baquetá que inicia a programação, a partir das 14h30, com a peça Itan e Tal. Em sequência, na sexta-feira (18), o grupo baiano Arte Sintonia Companhia de Teatro apresenta Dandara na terra dos palmares, a partir das 14h30.

Para encerrar o calendário de eventos na capital baiana, a Trupe Circus, apresenta o espetáculo Circo Science: do mangue ao picadeiro.

Os demais eventos da programação serão realizados no interior do estado. Entre os dias 16 a 22, as cidades de Porto Seguro, Alagoinhas e Jacobinas recebem as oficinas e espetáculos. Mais detalhes podem ser acessados no Instagram @sescba.

Teatro baiano em cena

No Palco Giratório, destaque também é dado ao teatro baiano. O espetáculo Dandara na Terra dos Palmares, idealizado pelo único grupo do estado a compor a programação, é um convite a refletir sobre a ancestralidade e uma manifestação contra o racismo estrutural. A trama gira em torno de Dandara, que sofre bullying e racismo na escola por conta de seu nome — que homenageia Dandara dos Palmares, uma das líderes na luta contra escravidão no Brasil.

Na história, a protagonista é teletransportada para Palmares, onde encontra a guerreira que deu origem a seu nome. A ideia para o encenação, segundo Agamenon Abreu, diretor da peça, surgiu da necessidade de abordar questões relativas ao racismo que continuam presentes nas escolas do Brasil.

“O racismo estrutural é uma força insidiosa que precisamos não só identificar, mas combater ferozmente. Ainda hoje, assistimos jovens negros sendo violentados e mortos simplesmente por serem negros. O espetáculo, então, serve como uma ferramenta de pedagogia libertadora, expondo essa realidade cruel, mas, ao mesmo tempo, oferecendo um caminho para o empoderamento e a valorização da identidade negra”, ele declara.

Embora seja a primeira vez que a peça é apresentada no Palco Giratório, a montagem já tem reconhecimento significativo na dramaturgia baiana. Neste ano, recebeu indicação na categoria Melhor Espetáculo Infanto Juvenil, no prêmio Bahia Aplaude.

Palco Giratório 2025 / A parti r de hoje até dia 22 (terça-feira) / Teatro Sesc Casa do Comércio, SESC ALAGOINHAS, SESC PORTO SEGURO e SESC JACOBINA / Espetáculos gratuitos ou a preços populares / Mais informações no site sesc.com.br/palcogiratorio e no Instagram @sescba.

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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Teatro

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