OLODUM
“Erê” retorna aos palcos de Salvador com concepção de Lázaro Ramos
Nova montagem reúne no palco veteranos e novos talentos para celebrar 35 anos do grupo Bando de Teatro Olodum

Para comemorar os 35 anos do Bando de Teatro Olodum, o grupo retorna aos palcos com “Erê", espetáculo com a concepção de Lázaro Ramos, em cartaz de 5 a 28 de setembro de 2025, no Teatro Gregório de Mattos. As apresentações acontecem às sextas e sábados, às 19h, e aos domingos, às 18h.
A diretora do projeto, Cássia Valle, comenta sobre as ações que deram forma ao espetáculo: “O Bando inteiro em cena. 35 anos de histórias, afetos e lutas pulsando no mesmo compasso. Do Erê que nasceu na música, passou pela poesia cênica, ao que agora floresce no encontro de gerações.”
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Sobre a peça
O espetáculo se inspira na peça Erê pra toda a vida/Xirê, criada pelo Bando de Teatro Olodum para o Festival Carlton Dance, em 1996, e apresentada no Rio de Janeiro, São Paulo e Londres. A montagem estreou em Salvador em 2015, em comemoração aos 25 anos do Bando.
Agora, Erê ganha uma releitura que resgata e reinventa a obra para o contexto atual, ainda marcado por chacinas e assassinatos cotidianos de pessoas negras.
A montagem homenageia a história do Bando e adiciona à narrativa três novos talentos negros de Salvador, selecionados por meio de audição, que atuarão junto ao elenco completo do grupo.
“Veteranos e novos integrantes, todos juntos como uma biblioteca viva, guardando memórias e inventando futuros. Um corpo coletivo amadurecido, mais denso e mais belo, que encara um tema urgente: a morte dos jovens corpos pretos. Este Erê é festa e ferida, canto e denúncia, celebração e resistência. É o Bando inteiro dizendo: a vida preta é sagrada", destaca diretora.
Com direção de Zebrinha (José Carlos Arandiba) e Cássia Valle, dramaturgia de Daniel Arcades e direção musical de Jarbas Bittencourt, Erê é um manifesto contra a violência do racismo e em defesa das vidas negras interrompidas.
Dança e cultura
A nova temporada traz novidades na estética, incluindo cenários, figurinos e referências, mas mantém a homenagem ao Orixá da Justiça, Xangô, com as cores vermelho e branco.
Zebrinha, coreógrafo e diretor artístico do Bando, ressalta: “A arte do Bando sempre esteve ligada à celebração e à denúncia. Erê é a síntese disso: a gente canta, dança e conta histórias para afirmar que as vidas negras importam e precisam ser preservadas. Ter o elenco inteiro no palco e novos talentos é um presente para o público e para a nossa história.”
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