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ARTE

Exposição que transforma infâncias negras em arte chega a Salvador

Exposição reúne desenhos e pinturas que revelam a força, a dor e a inventividade das infâncias negras e periféricas em Salvador

Júlio Cesar Borges*

Por Júlio Cesar Borges*

17/11/2025 - 11:35 h
Artista plástico Elson Júnior transforma infâncias negras em arte em nova exposição
Artista plástico Elson Júnior transforma infâncias negras em arte em nova exposição -

Um olhar atento para as infâncias negras e periféricas é o que propõe a exposição ERÊ, do artista plástico Elson Júnior, no Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC - Bahia).

Em exibição até 14 de dezembro, a mostra reúne obras que contam histórias, através de desenhos e pinturas do cotidiano. A entrada é gratuita, com ações de mediação cultural e visitas guiadas a serem confirmadas.

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A ideia para ERÊ surgiu, segundo o artista, a partir da observação da realidade que o cerca. “Senti vontade de misturar tristeza, pureza e pobreza. Me vejo muito nas crianças que admiram o meu trabalho, por isso, decidi falar sobre elas”, explica Elson.

Para ele, a exposição nasce do diálogo entre o conceito de Erê – representação da criança ancestral nas cosmologias afro-brasileiras, e a força inventiva que manifesta-se na infância. “É uma celebração da energia que nos move desde a infância. É lembrar que fomos, e ainda somos, potência criadora”, declara Júnior.

A curadoria das obras é pensada em dar luz às discussões realizadas em torno da juventude preta no país. Em Erê, as obras também abordam temas como violência sexual e morte de jovens e adolescentes. “Falo das diversas nuances, não só das alegrias, mas das tristezas que passam nossos meninos e meninas pretos”, esclarece o artista.

Ele ainda complementa: “É uma história contada e ilustrada por canetas esferográficas. É dessa forma que falo da atmosfera ao meu entorno”.

A exposição apresenta-se como uma crítica social, assim como todas as outras já realizadas por Elson. Em seu projeto, ele não abre mão de incorporar questões pertinentes à interseccionalidade entre raça, classe e gênero: “Gosto de fazer esse posicionamento político racial. Em todo meu trabalho, o maior foco é nas pessoas pretas”, afirma.

Pensada para todos os públicos, a intenção de Elson é, além de sensibilizar as pessoas, promover uma reflexão sobre os assuntos que têm atravessado a comunidade negra.

“É a minha contribuição para as minorias – a preta, gay e periférica, que estão sempre sob essas segregações desnecessárias impostas pelo conservadorismo e pelo colonialismo”, declara o artista.

Filosofia Ibeji

A figura do erê faz parte da filosofia e do culto a Ibeji, que é o Orixá, uma divindade da infância, da alegria e do princípio de que tudo nasce. Para o artista, a filosofia de Ibeji tem muito a ensinar as pessoas, principalmente aqueles machucados por todas as nuances do tempo.

Exposição nasce do diálogo entre o conceito de Erê e a força inventiva que manifesta-se na infância
Exposição nasce do diálogo entre o conceito de Erê e a força inventiva que manifesta-se na infância | Foto: Divulgação

“A pureza da alma de Ibeji conforta e acalenta o sofrimento só de olhar para a alma pura de uma criança, e é isso que coloco no meu trabalho, através do sorriso e do olhar de Ibeji”, diz Júnior.

Nascido e criado no bairro do Curuzu, periferia de Salvador, foi na juventude que despontou para o mundo das artes, quando desenhava os animes que assistia.

Hoje, bacharel em Artes Plásticas pela Ufba, sua pesquisa trata da vivência negra contemporânea, além de tratar de memória, cotidiano, espiritualidade e futuro.

Seu trabalho já foi exposto em instituições como a Bienal Brazil Black Art, MAM-BA, SESC Pompeia, MUNCAB e o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (RJ).

ARTERUA

A exposição integra o projeto ARTERUA: Vivências e Experiências, criado para aproximar a arte urbana, o museu e o território por meio de encontros, oficinas e vivências que dialogam com a cultura negra e suas múltiplas expressões.

Realizada durante o Novembro Negro, a iniciativa transforma o museu em um espaço de criação, acolhimento e partilha, conectando artistas, comunidade e ancestralidade.

Serviço

➡️ Exposição ‘ERÊ’, de Elson Júnior

▪️Local: Sala Principal do Museu de Arte Contemporânea da Bahia - MAC Bahia (Rua da Graça, 284 - Graça)

▪️Visitação até 14 de dezembro

▪️Gratuito

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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