ARTES VISUAIS
Hilda Salomão celebra 50 anos de arte com exposição gratuita no MAB
Do sertão à Bahia: Hilda Salomão transforma barro em história e arte

Por Bianca Carneiro

Em 2025, a ceramista e professora Hilda Salomão comemora 50 anos de trajetória artística e 70 anos de vida com a exposição “O Caminho de Volta – Andarilhos”, no Museu de Arte da Bahia (MAB). A mostra fica em cartaz de 24 de outubro a 21 de dezembro, com visitação gratuita, de terça a domingo, das 10h às 18h. O vernissage acontece no dia 23 de outubro, às 18h30, inaugurando também a Galeria do Pátio, novo espaço do MAB.
A exposição reúne 50 peças entre esculturas, painéis e instalações e não se configura como uma retrospectiva, mas como um reencontro com a própria trajetória da artista. “É um olhar sobre o percurso da menina que moldava barro ao lado da mãe e da avó, à mulher que, aos 70 anos, ainda se surpreende com o fogo e a argila”, diz Hilda Salomão.
Junto à mostra, será lançado o livro homônimo, que percorre meio século de pesquisa, poética e memórias do fazer artístico de Hilda. Com textos críticos e poéticos de renomados especialistas e fotografias de Marta Suzi, a publicação revela bastidores, atmosferas e processos de uma vida dedicada à cerâmica.
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Ao longo de sua carreira, Hilda Salomão se consolidou como uma das maiores referências da cerâmica baiana e brasileira, transformando a “arte do fogo” em gesto poético e linguagem viva. Foi professora por mais de 20 anos nas Oficinas de Expressão Plástica do MAM-BA e idealizou o projeto Mural Aberto, levando arte a escolas, hospitais e espaços comunitários.
Entre as obras em exposição estão peças emblemáticas como “Andarilho”, “Senhora do Tempo” e “Procissão”, que sintetizam a espiritualidade e densidade poética de sua produção. Para a curadora Alejandra Muñoz, a mostra funciona como um “ritornelo”, um retorno simbólico ao caminho criativo da artista, transformando a repetição em reinvenção.
Formada pela Escola de Belas Artes da UFBA, Hilda recebeu influência direta de sua linhagem feminina, a avó Autinha Boaventura Leite e a mãe Ângela Boaventura Leite Salomão foram suas primeiras mestras. “O artista precisa de entusiasmo. É paixão e resistência”, afirma Hilda.
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