ENCONTRO COM MINISTROS
Reunião do G20 chega ao fim e Margareth Menezes reforça compromissos
Ministra fez pronunciamento sobre papel da cultura na construção de sociedades
Por Luiz Almeida e Flávia Requião
A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, fez um importante pronunciamento no encerramento da Reunião do G20 em Salvador, nesta sexta-feira, 8, destacando o papel essencial da cultura na construção de sociedades mais inclusivas, sustentáveis e resilientes. Ela enfatizou o compromisso global em garantir que todas as pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade e com deficiência, tenham igualdade de acesso e participação nas expressões culturais.
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“Reconhecemos a importância da diversidade cultural e da promoção de cidadania para todos. É essencial que a cultura seja uma ferramenta para confrontar o racismo, a discriminação e o preconceito, ao mesmo tempo em que se salvaguardam os direitos linguísticos e se valorizam as tradições culturais”, afirmou a ministra.
A ministra abordou a necessidade de avançar na inclusão cultural como objetivo próprio nas agendas de desenvolvimento global. Ela destacou a relevância da educação multilíngue, ressaltando a importância de valorizar as línguas indígenas e as culturas locais e tradicionais. Para Margareth Menezes, a cultura deve ser entendida como uma alavanca crítica para a participação social, especialmente para grupos historicamente marginalizados.
“Devemos incentivar a educação multilíngue, incluindo as línguas dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, criando um espaço de inclusão em todos os aspectos da sociedade”, disse.
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Em sua fala, a ministra também abordou os desafios e as oportunidades que a transformação digital traz para as indústrias culturais e criativas. Ela destacou que a digitalização é uma força propulsora para a expansão do acesso e para a promoção da diversidade cultural, mas que também exige a criação de um ambiente digital ético e não discriminatório.
“Devemos garantir que o ambiente digital favoreça o acesso inclusivo à cultura, com respeito aos direitos autorais, reconhecendo a importância de assegurar a remuneração justa para artistas, autores e outros criadores”, ressaltou.
A ministra também propôs aprofundar a discussão sobre as políticas da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), visando à implementação de regras de governança que respeitem parâmetros éticos, étnicos e os direitos humanos.
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Margareth Menezes fez um destaque significativo na sua declaração ao reconhecer, em uma reunião do G20, o potencial da cultura para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
“A nossa declaração final reconhece de forma inédita o papel fundamental da cultura na promoção de ações concretas para enfrentar as mudanças climáticas, preservando a biodiversidade e promovendo um futuro mais justo e sustentável para todos”, concluiu.
Encontro na Bahia
O encerramento da reunião contou com a apresentação da carta com considerações de mais de 120 autoridades que participaram da reunião do Grupo de Trabalho de Cultura do G20, iniciada na última segunda-feira, 4, no Centro de Convenções, em Salvador. O encontro precede o encerramento da contribuição do Brasil na presidência do G20, que passa à África do Sul a liderança nas próximas semanas.
Além de Margareth, estiveram na plenária de fechamento da reunião os ministros da Cultura de países como Espanha, Alemanha, Índia, Arábia Saudita, África do Sul, Emirados Árabes, Indonésia e Japão, bem como representantes de mais de 20 organizações internacionais.
Para o secretário Bruno Monteiro, da Cultura da Bahia, o encontro com os líderes revelou agendas e desafios comuns a todos os países do G20.
“A carta traz alguns desafios que são globais, como a questão da inteligência artificial e de que modo nós vamos preservar os direitos dos autores; sobre o investimento na economia criativa, que é um setor que cresce muito no mundo todo e que precisa, portanto, de investimento dos agentes públicos para o seu desenvolvimento, diante dessa nova realidade econômica. Esse encontro é concluído com uma agenda muito propositiva de avanços para a comunidade cultural, para os gestores de cultura do mundo todo, e que bom que a Bahia está no centro disso”, avaliou.
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