CONEXÃO
Streaming x Teatro: Lázaro Ramos reflete sobre o impacto e a magia do palco
Ator baiano participou do evento 'Festival de Arte Negra - A Cena Tá Preta', no Espaço Cultural da Barroquinha
Por Luana Leal
Com a crescente popularidade das plataformas de streaming, muitos se perguntam se o teatro ainda consegue atrair o público com a mesma intensidade de antes. No Rio de Janeiro e em São Paulo, as casas de espetáculo estão voltando a lotar, mas, segundo Lázaro Ramos, a magia do palco continua insubstituível, especialmente em tempos em que produções digitais, embora numerosas, nem sempre conseguem deixar uma marca profunda.
Em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, o ator comentou: "Por exemplo, agora no Rio de Janeiro e em São Paulo, os teatros voltaram a ficar lotados. Virou uma opção para muita gente, principalmente porque, num certo sentido, algumas produções de streaming não estão causando mais aquela sensação de apaixonamento."
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Para ele, a conexão pessoal e a vivacidade que o teatro oferece não têm substituto no mundo digital. Segundo Lázaro, enquanto o streaming proporciona entretenimento imediato, muitas vezes as produções não deixam um impacto duradouro.
Tem muitas obras que, às vezes, você assiste e acaba e você não lembra o nome do protagonista. Eu acredito que o público gosta da experiência de um contato real, de uma aproximação, de uma vibração, de um negócio que não tem nome, que o teatro oferece
O ator destaca que, em Salvador, o sucesso do Bando de Teatro Olodum com o espetáculo Cabaré da Raça é um exemplo do poder do teatro na cidade, mas ressalta que a efervescência cultural que marcou os anos 90 ainda não foi completamente recuperada.
"Eu fico sonhando com a época em que eu era adolescente aqui na Bahia, por exemplo, nos anos 90, em que eu só fiz teatro por causa das peças que eu assisti. (...) Essa ebulição dos anos 90 não tô vendo acontecer agora nesse momento", refletiu Lázaro, apontando a importância de peças longas e temporadas estendidas para revitalizar o cenário teatral.
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O artista também celebrou a qualidade da mão de obra teatral de Salvador, mas sonha com um momento em que todos os teatros estejam novamente ocupados por mais de um mês, algo que ele acredita ser essencial para reavivar a cena local.
Além da entrevista, Lázaro Ramos está ativamente envolvido com a cultura baiana. Ele participou da oficina de interpretação gratuita realizada hoje, como parte da 12ª edição do Festival de Arte Negra - A Cena Tá Preta, promovido pelo Bando de Teatro Olodum. A oficina, que ocorreu das 9h às 17h, foi um dos destaques da programação do festival, que celebra a potência da arte negra em Salvador.
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